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Mário Lago

Sou um marxista comunista autônomo.

Eu sei de uma coisa: estou incurso em vários artigos do código penal: ator, escritor, compositor, dramaturgo…

(Desde pequenos, todos são atores. Depois alguns se tornam médicos, advogados, engenheiros…)

Não interessa o que eu fiz.

Interessa muito a sociedade em que vivi. Qual era a moldura do meu quadro.

II.

Se você não mexer na vida, a vida para.

Se você levar a vida muito a sério, ela vai ficar até chocada.

A vida só serve porque você está mexendo com ela, seja escrevendo, inventando, criando, você toca a vida pra andar.

Estou diariamente levando a vida na flauta.

Para ela sentir que não me amedronta. Porque o pior de tudo é quando a vida sente que você tem medo dela.

III.

Sou Edith Piaf, “Je ne regretted rien” (não lamento nada).

Fiz o que quis e fiz com paixão.

Se a paixão estava errada, paciência.

Não tenho frustrações, porque vivi como em um espetáculo.

Não fiquei vendo a vida passar. Sempre acompanhei o desfile.

IV.

Tenho lembranças, não saudades.

Fiz um acorde de coexistência pacífica com o tempo.

Nem ele me persegue, nem eu fujo dele.

Um dia a gente se encontra.

Quando deixarmos de ter esperança, é melhor apagar o arco-íris.

*Frases colhidas nos painéis da exposição “Eu Lago Sou – Mário Lago, Um Homem do Século 20 – Memória em Movimento” que ficou em cartaz no MuBE em São Paulo e se encerrou no domingo passado. Em tempos de “podemos tirar, se achar melhor”, é oportuno lembrar personalidades conscientes de seu papel social. Minha modesta reverência à vida e obra de um grande brasileiro.