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Maurício. Um brasileiro

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Foto: TV Brasil/Acervo

Maurício de Sousa completou 85 anos ontem (dia 27). Todo sorridente, cheio de planos para a sua incrível Turma da Mônica. Fala agora em tornar os personagens  adultos – e assim dar uma sequência bacana para Cascão, Cebolinha, Bidú & Cia, além da própria, óbvio.

Eu o vi numa breve entrevista na TV. Uma vez mais, o aplaudi de pé como raro (e bem-sucedido) exemplo de otimismo, trabalho e determinação. Mesmo em tempos tão áridos num país desgovernado que não prioriza a cultura.

Um empreendedor de sonhos, sem dúvida.

Tinha entre nove e dez anos, creio, quando as tirinhas no jornal e depois os gibizinhos (sim, naqueles idos era assim que chamávamos os quadrinhos) do Maurício começaram a aparecer para rivalizar com, digamos, os donos do pedaço, a barulhenta pataiada ianque de Walt Disney.

À época, a garotada tinha mania de coleção. Selos, carteiras de cigarros, tampinhas de garrafa (pode?), flâmulas, figurinhas, entre outras malhas e tralhas.

Ter uma coleção de gibi, portanto, era obrigatório. Quanto mais diversa fosse, melhor.

Havia as tais barganhas entre nós. Todos querendo ter um acervo bem variado e completo.

Tenho a remota lembrança de que a Mônica não era a protagonista das tramas iniciais de Maurício de Sousa. Se bem me recordo, a priori, eram doisbos títulos que se revezavam em edições quinzenais. Uma semana, Chico Bento. Na outra, as aventuras do Bidu, o cachorrinho.

A Mônica fazia, aqui e ali, uma breve aparição nessas historietas.

Desconfio que, por conta da repercussão do público e da forte e cativante personalidade, a menina acabou tomando para si a liderança da turma e, como prêmio, ganhou um gibizinho pra chamar de seu.

Desde cedo, era uma empoderada.

Quem é é…

Minha coleção, reconheço, não era das mais invejadas entre os moleques da rua Muniz de Souza.

(Naqueles idos, explico, as diversas turmas se reconheciam pela rua onde a meninada morava.)

Reunia lá algumas dezenas de títulos.

Meus favoritos eram os quadrinhos dos heróis do faroeste americano – Roy Rogers, Zorro (aquele do amigo índio Tonto),  Cavaleiro Negro (que faria muito sucesso hoje em dia, em termos de estilo, pois usava uma máscara a lhe cobrir o rosto bem parecida com as nossas), entre outros.

Havia duas exceções, importantíssimas: as publicações do Fantasma e do Tarzan, ambas com narrativas inseridas nas misteriosas e distantes florestas africanas.

Eram as chamadas edições infanto-juvenis.

Old times.

Mônica, Zé Carioca, Mickey, Pato Donald, Luluzinha, o Almanaque do Tio Patinhas, Pimentinha, a brasileiríssima A Turma do Pererê (do Ziraldo) – essas revistas cabiam na categoria de ‘publicações infantis’, o que para um rapazote de 10 anos era lá bem complicado.

Tínhamos lá nossos álibis para portá-las.

“Meu pai que trouxe”.

“Meu tio me deu”.

“É pro meu irmãozinho”.

Também alegávamos que seriam boas moedas de troca.

Na verdade, todos adoravamos – e líamos e relíamos.

Eu gostava muito da Turma da Mônica. Me divertia com suas incontroláveis explosões. Achava inclusive ela bem parecida com a minha vizinha, a Ana Maria, filha da Dona Lúcia. Só não dizia isso a ela para não correr o risco de levar uma “coelhada” na fuça.

 

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