Foto: Divulgação
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Prestes a completar 85 anos (em outubro, dia 5), Moacyr Franco sempre me surpreende.
Quando eu o vi em cena, interpretando o delegado Justo, no belíssimo filme O Palhaço (2011), de Selton Mello, quis aplaudir de pé.
Sua breve participação foi emocionante.
Soube depois que só com aqueles breves minutos na tela Moacyr ganhou o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Gramado.
Mais do que merecido.
Um reconhecimento à um artista que, em mais de seis décadas de carreira, nem sempre teve o talento devidamente valorizado – e aplaudido.
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Minha admiração por Moacyr Franco vem de longa data.
Começou, creio, lá no mais antigo dos carnavais quando gravou a irreverente marchinha “Me dá um dinheiro aí”.
Foi a música do ano a embalar foliões de todas as idades.
Penso que ainda hoje a marchinha come solta nos dias de folia.
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Depois, eu ainda garoto e ao assistia o Moacyr Franco Show na extinta TV Excelsior
Moacyr fazia um sucesso absoluto com “Suave é a Noite”. Me intrigava o fato de, ao cantar, Moacyr não parava de balançar a cabeça de um lado para o o outro..
– Ele tem tique nervoso, mãe?
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Na verdade, continuei a aplaudi-lo mesmo no tempo da Bossa-Nova, da Jovem Guarda, dos Beatles, do Tropicalismo…
Eu ia na contramão dos meus pares no Colégio, na Universidade, na vida, enfim.
Por força dos novos hábitos gostos e tendências, esse mineiro de Ituiutaba ficou fora dos holofotes do rádio e da TV.
Deixou de ser notícia.
Mesmo assim, lá do meu jeito, eu o acompanhei à distância e admire sua vertente de compositor romântico dos mais inspirados.
Achei divertido – e desconfio que já comentei em post anterior – a vez em que, numa festa de casamento para a qual fui convidado, o crooner da banda anunciou “uma seleção de músicas das antigas” e sapecou uns roquezinhos maneiros dos anos 80. Logo em seguida, conclamou a turma para a pista de dança, dizendo que agora, sim, tocariam “os sucessos do momento”.
Entre meia dúzia de hists sertanejos que a moçada sabia de cor, detectei duas composições de Moacyr: “Ainda Ontem Chorei de Saudade” e “Seu Amor Ainda É Tudo”.
Ops…
Fiquei imaginando a perplexidade dos moderninhos e descolados, tipo Lulu Santos, Paralamas, Titãs e congêneres, ao serem tachados como “das antigas” diante do nome do momento, Moacyr Franco.
Foi só um devaneio meu, mas prova a autenticidade, além do tempo, da obra de Moacyr.
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Uma crônica falada e cantada:
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Amândio Martins
23, agosto, 2021Maravilha.
Belo depoimento que pode pertencer a “quase” qualquer um de nossas gerações.
Eu o aplaudo de pé sobre uma escada, no último degrau para ficar bem alto…
clarice falasca
23, agosto, 2021Moacyr é apaixonante, é engraçado e sério ao mesmo tempo. Para mim um grande artista