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Não fui – e não vou…

O que penso sobre o Rock in Rio?

Não faz parte das minhas prioridades – respondo a seco e na lata ao internauta Marcelo que, jura, me lê todos os dias e, por alguns textos que publiquei, sabe o quanto gosto de música. Por isso, estranhou que quase nada escrevi sobre o palpitante assunto.

Marcelo, meu prezado, não me queira mal. Sou um homem simples do Cambuci. Um senhor de idade avantajada que não tem a veleidade de ser protagonista disso ou daquilo, nem ditar normas e rotas. Quem me vê entende logo e é capaz de garantir que sou “testemunha ocular da história”.

Um quase highlander.

Definição esta que, se não chega a me agradar, também em nada me incomoda.

Não fui destacado para a cobertura do primeiro evento, lá no longínquo ano de 1985, talvez tenha pegado birra por isso. Na época, por algum motivo, que não lembro bem qual seja, não tive vontade, nem coragem, para me bandear até o Rio de Janeiro.

Não me arrependi.

Águas passadas, enfim.

Dá para imaginar que, se não fui quando tinha trinta e poucos, não seria agora, aos sessenta e muitos, que toparia o desafio.

A princípio e por princípio, não gosto de muvuca, seja em que idioma for.

(…)

Para ser sincero com o amável leitor, registro que vi alguns lances do Rock in Rio deste ano, quando zapeava madrugada adentro nesse fim de semana.

O canal Multishow fez a transmissão em tempo real.

Demorei alguns minutos se tanto nas apresentações do Elton John, do Rod Stewart e do Queen, com novo vocalista.

Não me vaiem, por favor.

Mas, como dizem pela aí, tinha um gosto amargo de “déja vu”.

O dólar a 4 paus, bancar um cachê milionário para essa turma, entendo como uma das tantas quantas esquizofrenias do Brasil de hoje.

Nostalgia por nostalgia, preferi um documentário sobre Dominguinhos, que passou no Arte 1, creio, quase no mesmo horário. Emocionante a interpretação do saudoso músico para uma de suas mais belas canções, “De Volta Para o Aconchego”.

Bem a propósito, ainda na madrugada comparando uma imagem a outra, me veio à mente um fato da nossa história. Na era dos descobrimentos, quando os portugueses aqui chegaram, eles cativavam os índios com potes de louças, espelhos e aguardente e, em troca, ‘usavam’ nossas mulheres e carregavam nosso ouro e nossas riquezas naturais.