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O vagabundo

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Poster oficial do filme Tempos Modernos (1936)

Vivemos tempos estranhos.

É a vida que nos enreda e nos exige forte e, ao mesmo tempo, precisamos ter a percepção de não nos levarmos tão a sério. A nós, aos nossos quereres, à nossa rotina. Algo assim como a leveza de um filme do Carlitos – que, por sinal, era o apelido do meu avô.

Repare como o vagabundo toca a vida, mesmo na maior das aflições.

Para ele, os chefes, as autoridades, os poderosos são invariavelmente medíocres, bizarros – qualquer semelhança como nosso dia-a-dia é mera coincidência. Os amores tardam, se esgueiram daqui e dali. Mas chegam e, o que é melhor, sempre chegam no momento certo.

E ele não precisa de mais nada.

Tem o singelo auxílio de uma bengalinha e um chapéu ‘coco’, insinua um brevíssimo sorriso, um olhar pimpão e um dar de ombros à realidade que se apresenta como um desafio.

Assim dá certo ritmo à caminhada porque a estrada é longa e sinuosa.

Perde-se nos confins do faz-de-conta e é infinita enquanto se chamar esperança.

* Uma pensata a partir do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, produzido em 1936, que ontem pude rever mais uma vez. Impossível não se emocionar. Impossível deixar de acreditar…

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