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Vozes de ontem

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Foto: Arquivo Pessoal

Tem dias que sinto uma falta danada das vozes dos meus saudosos cronistas de estimação.

Os que me deram régua e compasso para esquadrinhar e entender o mundo.

Hoje, por exemplo, é um desses dias.

Queria um texto novo para ler e aprender.

O que diria Carlos Heitor Cony sobre o estapafúrdio Brasil de hoje?

Por onde andaria a indignação de Cláudio Abramo com as falcatruas dos fanfarrões de Brasília?

E a rebeldia do ‘maldito’ Plínio Marcos diante da imbecilização que nos oprime e domina?

Fico pensando se o ‘zé-povinho’ tão brilhantemente descrito por Lourenço Diaféria resistiria a um olhar tão delicado e sensível que o cronista exibia em seus escritos.

Será que o lirismo de Rubem Braga nos traria algum conforto d’alma?

Paulo Mendes Campos, imagino, tentaria uma solução mais existencial.

Fernando Sabino, uma historieta das Minas Gerais.

Sérgio ‘Stanislaw Ponte Preta’ Porto apelaria para o humor.

Drummond nos brindaria com uma poesia.

E assim seguiríamos nos resgate de alguma esperança.

Eita, que a sexta-feira, com cara de segunda, tá braba que só.

E olha que temos um feriadão pela proa…

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