Blogar diariamente tem dessas.
Deixa a gente meio griladão o tempo inteiro com o que vamos postar. Não sei se é assim com os outros, mas comigo funciona nesta base.
Tudo pode ser motivo para virar história.
Ontem escrevi pela manhã, só no blog do site.
Quando fui postar a matéria, aqui, no UOL encontrei dificuldade no acesso à página.
Voltei mais tarde, e continuou a dar “indisponível”.
Resolvi, pois, dar folga – a mim e aos incautos leitores – porque tinha horário para ver o documentário sobre Caetano Velloso – Coração Vagabundo, de Fernando Grostein Andrade, em cartaz em São Paulo.
Se ficasse tentando, poderia perder o filme e o bom-humor que, por sinal, não anda lá muito estável.
Desencanei.
Quer dizer, numas…
Na minha cabeça, continuou a dúvida sobre o que escreveria hoje, no domingo.
Talvez sobre Caetano ou sobre o sensível olhar do jovem cineasta para um dos ícones da minha geração ou sobre o novo livro de crônicas de Cony que comprei (Para Ler Na Escola) na livraria do shopping ou ainda no fim de semana cinzento.
Enfim…
Foi-se o sábado – e a angústia, ao que parece, permaneceu.
Não é que, ao dormir, sonhei que estava escrevendo para o blog. Um texto rápido, descompromissado, na primeira pessoa. Que induziria o leitor a acreditar que era eu o protagonista da história. Mas, não era.
Uma simples assinatura no final desvendaria o mistério.
Mesmo no sonho, lembro-me da sensação de alívio por ter o texto pronto antes mesmo de despertar.
Poderia ser assim sempre. Dormiríamos – e lá o subconsciente dava conta do recado.
Perfeito.
Ou quase perfeito…
Foi tamanha a sensação de alívio que, ao acordar, me senti tão leve, tão disponível, tão liberto que…
… esqueci, por completo, a história que iria lhes contar.
* FOTO no blog: Jô Rabelo