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Raul Seixas, 70

Roqueiro.

Falastrão..

Prolixo.

Irreverente.

Profeta do apocalipse.

Agitador.

Fingidor.

Maluco-beleza.

O desconcertante sempre esteve presente na vida e na obra de Raul Santos Seixas desde quando apareceu, com roupas de couro e esquelético, no Festival Internacional da Canção em 1972. Misturou o rock ao baião em “Let Me Sing”, uma ousadia entre Elvis e Gonzaga, um deboche dançante, rasgado e provocativo no momento mais áspero do militarismo.

Depois vieram “Gita”, “Ouro de Tolo”, “A Maçã”, “Al Capone”, “Eu Nasci Há 10 Mil anos”, “O Dia Em Que A Terra Parou”, “Metamorfose Ambulante”, “Tente Outra Vez” e o “raulseixismo” virou lenda, entrou para a história da música popular brasileira.

“Sou de 45, do pós-guerra. Nasci quando a bomba estava caindo em Hiroshima – me disse, certa vez, em entrevista. “Meu compromisso com a sociedade é deixar nela minha impressão digital. Quero que fique sabendo que passei por aqui. Que contibuí com alguma coisa. Enfim, que valeu a pena.”

Raul morreu em 1989, e hoje – 28 de junho de 2015 – completaria 70 anos.

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