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Reparos ao que ontem escrevi…

O que seria deste humilde Blog se não fossem os amigos?

O Fernando, vulgo Fefeu, leu minhas lamúrias (reclamei no post de ontem) sobre o esquecimento a que foi relegado, injustamente, o 70º aniversário de Gonzaguinha e me corrigiu:

– Peralá distinto colega de bancada, a Globo News não só apresentou um documentário sobre ele como não para de reapresentá-lo, quase de hora em hora.

Fefeu exagera, como de hábito, mas desconfio que tenha razão (eu quase não assisto este canal, tenho lá meus motivos).

Outro parça, o Escova, aquele que se auto-intitula ombudsman das nossas mal traçadas aqui, bota outro reparo: o programa esportivo Cartão Verde, na terça à noite, abriu os trabalhos usando como trilha sonora uma das canções de Gonzaguinha (que o desatento Escova não conseguiu identificar).

Parabenizo a rapaziada do programa da TV Cultura pela iniciativa. Mesmo fora do contexto, a lembrança foi bastante oportuna. Tudo a ver música e futebol. Duas manifestações populares que mexem com a alma dos brasileiros assim como versos e canções de Gonzaguinha.

Agradeço às gentis observações dos dois caríssimos amigos, mas acredito que, mesmo com essas referências, a Imprensa comeu essa bola e não destacou a data como efetivamente deveria ser destacada.

Mudo de assunto, mas não tanto…

De um modo mais específico, creio mesmo que esta função eminentemente jornalística (de fazer a mediação da vida em sociedade) perde força nas redações (que ameaçam desaparecer) e nos noticiários (cada vez mais repletos de tititi).

Antes líamos jornais e revistas para nos inteirarmos sobre o que acontecia no País e no mundo, sobre os fatos mais relevantes, hoje a rapaziada fica absorta no seu mundinho retratado pelas redes sociais a partir do visor do seu iphone – e tudo o mais passa a ser desimportante.

Jornalões, revistas, portais, rádio e TV todos correm atrás do que bomba no mundo digital – e aí temos a confusão generalizada do que é ou não notícia, do que é jornalismo e do que é entretenimento, fofoca, bizarrice.

A quem interessa quem é a loira que jantou com Neymar noite dessas? A priori, a ninguém a não ser aos próprios, “ambos, os dois”, como diz o Escova.

No entanto, a fotinha fofa dá não sei quantos wieus – e isso faz a alegria da tigrada da web. É o que vale, é o que importa.

Para finalizar…

Neste mundão que se afoga em zilhões de informações, posts, imagens e delírios, o papel de mediador das demandas sociais ainda dá régua e compasso para o bom jornalismo. Que, em essência, continua o mesmo embora hoje se espalhe por tantas e tamanhas plataformas.

Um triste e emblemático exemplo, ressaltado em conversa com o querido amigo Jorge Tarquini: ainda recentemente o mundo só entendeu a dimensão da tragédia dos refugiados quando os jornais publicaram a tocante imagem de uma criança morta na praia.

Milhares morreram tentando a travessia.

Bastou uma foto para que se derrubassem preconceitos e fronteiras…