Somos movidos por simpatias e paixões, mas também por interesses e ideologias. Difícil dizer o que nos leva a formatar nossa opinião sobre o tal e o qual. É assim na vida. É assim creio nas redações e nos veículos de comunicação.
Difícil, pois, falar em isenção jornalística, imparcialidade, no enfoque que damos a este ou aquele tema – seja o mensalão, seja o Rock in Rio, seja o jogo do Corinthians.
Foi-se o tempo em que o jornalista era o protagonista do fazer jornalístico.
Tempos em que o profissional de Imprensa tinha lá seu naco de fiéis leitores e, fosse qual fosse veículo que ele estivesse, lá estavam também os devoradores de suas maltraçadas.
Claro que há jornalistas que, estejam onde for, se impõem às tais diretrizes editoriais pela sua competência e integridade. Não são tantos quantos deveriam, mas os há.
Outros estão alinhados aos projetos que as empresas defendem.
Aliás, o grande Mino Carta tem uma definição emblemática sobre a questão.
— No Brasil, os jornalistas chamam o dono do jornal de colega.
Enfim…
Tento, com todo esse converse, responder ao amável leitor Valtencir sobre duas questões que me fez após ler o post de ontem. A primeira é a minha modesta opinião sobre a cobertura do escândalo do mensalão pela mídia tradicional. E aqui eu encaixo as simpatias, as paixões, os interesses, óbvias ideologias e tudo mais que acima descrevi.
A segunda, respondo na lata: não tenho a menor ideia do significado daquele casaquinho (ou seria blusa?) roxo enlutado que a Patrícia Poeta usou ontem para apresentar o Jornal Nacional.
Ficou um tanto ostensivo, creio – e fez o estilo Mortícia Addams.