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Volteios

Crônicas, lembranças e devaneios

Apresentação

Esta coletânea tem uma nítida inspiração dos meus tempos de repórter musical.

A epígrafe “Vida, minha vida… Olha o que é que eu fiz…” nasce do talento de Chico Buarque, em “Vida”. A primeira crônica recupera os versos definitivos da canção “Meus Tempos de Criança”, de Ataulfo Alves:

“Eu era feliz, e não sabia.”

Mas, de um modo mais amplo, a maior influência, desconfio, vem mesmo de uma dupla de cantores/humoristas caipiras que fazia enorme sucesso nos anos 50 e 60. Chamava-se Alvarenga e Ranchinho e aparecia nos programas de auditório da TV Record e também se apresentava em circos e nas rádios.

Eram uns gozadores, os dois.

Arrepiariam ainda mais os cabelos dos breganejos de hoje que se acham cowboys da modernidade. Um alto, outro pequenino. Usavam chapéu de palha, botina do Jeca, calças com barras pela canela e cintura no umbigo. Sem falar, óbvio, da tradicional camisa xadrez. Bigodes pintados a carvão no rosto. Faziam o gênero Mazzaropi, de matutos ingênuos, mas espertos que só ver.

Tinham um bordão que ainda hoje – acreditem – uso para horas incertas e não sabidas.

— Olha o (de)volteio!!!

Em meio às sátiras musicadas, quando a piada era um tanto quanto forte – especialmente as que mexiam com políticos importantes ou traziam em si um duplo sentido -, o Alvarenga usava este expediente para fazer com que a plateia saboreasse o desfecho e o riso se esparramasse por mais alguns instantes.

Em tom imperativo, convocava o parceiro:

— Olha o (de)volteio,!!!

E o pequeno Ranchinho se punha a dançar com passinho miúdo, desengonçado e maroto.

(Óbvio, sem largar a viola.)

O auditório ria ainda mais, ria a valer.

É precisamente este desvão lúdico, entre o real e o imaginário, que pretendo captar com os textos desta coletânea de crônicas que escrevi tanto para as publicações onde trabalhei quanto nos dois blogs que mantenho – e lá se vão cinco anos.

Vai por aí…

Um tanto da minha história, outro tanto de histórias minhas – e agora, tomara, também de vocês.

São meus tímidos (de)volteios que narro.

Me acompanhe, se puder e/ou quiser.

 

*Terceira Margem Editora Didática

 

 

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