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Sabor de infância

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Foto: Jô Rabelo

Na boa…

Não sei se é para o fã-clube do Rei preocupar-se.

Tenho no meu Data-Zap (onde recebo o maior número de comentários do que escrevo no Blog) uma informação, no mínimo, curiosa: as inquietações do garoto Tchinim diante da vitrine de doces na venda do Seo José (que descrevi no post Lengalenga) teve mais repercussão que os alinhavos de anteontem  (O Rei e eu) quando reverenciei os 80 anos de Roberto Carlos.

Uma surpresa!

Muitos dos amáveis cinco ou seis leitores identificaram-me com a dúvida de Tchinim em saber qual guloseima escolher. Com o dinheirinho contado, o garoto perdia-se entre o doce de leite, a paçoquinha e os famosos dadinhos, estes envoltos um a um num papel prateado.

Uma leitora chegou a recordar o avô dela que fazia, artesanalmente, os tamancos de madeira, do tipo, creio eu, que o Seo José usava.

Que bela  lembrança!

Meu avô carlito era chapeleiro. O vô Rodolfo (que não conheci), alfaiate.

Mas. a Shirlei foi uma exceção.

Na maioria das vezes, os amigos que me leem relacionaram outras tantas delícias que os fazia perder a cabeça:

Entre as mais cotadas, estão:

– as balas Toffes

– o puxa-puxa

– o quebra-queixo

– o maria mole

– o doce de abóbora

– o doce de batata doce (tinha um que era roxo)

– o pé de moleque (havia uns redondos)

– a geleia de listas vermelha_branca_vermelha

– as cocadinhas (a branca e a marrom)

– o suspiro

– o pirulito Pelota

Entre outras e tantas…

Houve também quem citasse as bolachas quebradas que vinham soltas e se comprava em porções no farnel.

(As inteiras eram caras).

Lembraram-me também daquele sorvete de massa que o vendedor tirava na hora da boca mecânica de uma máquina enorme.

Ressaltaram ainda o pão doce e o sonho de padaria.

Que memória, a dos amigos!

Destaco, para encerrar, o item que me provocou a maior saudade  e que estava, meus caros, longe da doceira.

Não matava a sede. Mas, era imbatível entre a meninada. Com Inesquecível sabor de infância feliz.

Era a água mineral com groselha que o Seo José misturava num copo grande enquanto se derretia de amores pela morena Dagmar que, indiferente, conferia as compras do dia.

~És empregada porque queres. Se quisesse, tu poderias ser a dona da venda e da minha vida.

O portuga se esforçava no xaveco.

Desculpemos.

Ainda não existia aquela canção do Roberto…

Um doce de batata doce para quem se lembra dessa e cantar a letra inteira, sem errar?

 

 

 

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