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São João Batista, rogai por nós!

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Foto: Arquivo Pessoal

Já era adulto, jornalista formado,  quando reencontrei o Irmão Fidélis, professor nos tempos do Colégio Nossa Senhora da Glória. Quase não o reconheci, menos pela aparência que continuava a mesma apesar dos anos que se passaram; e mais porque ele estava sem batina que era a vestimenta única, de praxe, dos Irmãos Maristas no meu tempo de ginásio.

Não sei se foi por educação ou alguma vaga lembrança, o Irmão se disse lembrar-se de mim.

“RRRRRodooolfo? Ah, sim, o quarto zagueiro do time da escola. Fazia dupla com o central Tozzi, bom garoto esse Tozzi. Onde anda o Eduardo Tozzi?”

Simpático, o Irmão Fidélis, não?

Ainda bem que ele não lembrou as duas suspensões que me deu no mesmo semestre – uma por estar sem uniforme, outra por dizer um palavrão à entrada da aula. A culpa foi do Talarico que me empurrou de propósito.

Eu era meio marrento, um tanto dissimulado.

Enfim… Águas passadas.

“E aí? O que o senhor faz da vida?” – a pergunta me surpreende.

De repente, o homem se interessou por este humilde escrevinhador.

Estávamos no Arquidiocesano – outro colégio dos Maristas, em São Paulo – e eu lá compareci para falar aos jovens estudantes sobre Jornalismo, os encantos e os desafios da profissão.

Contei o motivo da minha presença ali, e pude ver que agora quem se surpreendia era ele.

“Jornalismo! Uma bela profissão. Que seja, então, como Batista, um arauto dos novos tempos”.

Achei magnífica a observação do Irmão Fidélis  e, não sei se erroneamente ou não, subentendi que, de alguma forma, a minha profissão tinha origem lá atrás, no Profeta que anunciou a vinda de Cristo ao mundo para nos redimir.

A partir de então, tomei-me de uma forte devoção a São João Batista, que imaginei – e imagino – ser o santo padroeiro dos jornalistas.

Mais tarde soube que essa ‘paróquia’ pertence a São Francisco Salles, bispo de Genebra, a quem também reverencio,

Mesmo assim, confesso a vocês, neste 24 de junho: minhas orações e fé são mesmo para São João Batista que, valha-me Deus, nunca me faltou.

Amém!

* Texto originalmente publicado em 24.06.2016

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