No rol das canções que nunca mais ouvi está uma de Caetano Velloso que desconfio chamar-se “Sete Mil Vezes”.
Não vou me dar ao trabalho de ir ao Google para lhes trazer a letra.
Quem quiser que o faça por conta própria.
Sei que a canção é linda.
Fala de um tenro amor que, em seus primeiros encantos e deslumbres, se anuncia eterno.
Insaciável de vida e desejos.
Aliás, como devem ser os amores que se prometem eternos.
Se meus cinco ou seis fiéis leitores me permitem, ouso dizer que menos do que isso não vale a pena correr o risco de amar.
Nem sei o porquê lhes escrevo isso nessa madrugada quente e úmida – prolongamento da chuva da tarde.
Talvez me inspirem as luzes da cidade que dorme extenuada por uma sexta-feira de sobressaltos.
Talvez seja apenas minha vontade de me fazer romântico, como fui um dia.
Verdade verdadeira ou tola ingenuidade?
Os românticos acreditam que sempre amaram a pessoa que hoje amam. Até mesmo antes de conhecê-la.
Não veem o tempo passar.
Contam a vida em beijos e sonhos, em sonhos e beijos.
Querem sempre um bocadinho mais do mesmo.
Igualzinho aos versos de Caetano:
“Sete mil vezes
eu tornaria a viver assim
Sempre contigo
transando sob as estrelas.”