Foto: Arquivo Pessoal
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A moça se esbalda em meio às ‘araras’ de roupas da loja de departamentos. Pega um vestido e, empolgada, mostra para o rapaz que a acompanha há poucos metros de distância.
O vestido é verde, florido, levinho. Curtíssimo.
– Olha que lindo, mô!
Ele olha. Olha de novo…
Imagina umas coisinhas. Delicia-se com um sorriso sacana.
Mas, toma tento para fazer a ressalva:
– Melhor, não, bem-ê!
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Ah, o amor e seus truques, teatros e traquejos.
Nem mesmo o movimento intenso, típico desta época do ano, fez com que os apaixonados perdem-se a naturalidade de se sentir absolutamente a sós.
Puro encantamento.
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A cena me fez lembrar uma viagem que fiz a Arraial D’Ajuda, na Bahia.
Todas as manhãs, na praia em frente à pousada em que me hospedei, eu via passar um casal de argentinos. O homem e a mulher, de uns 40 anos se tanto, branquelos que só, vendiam empadinhas aos turistas num improvisado quiosque.
Lindamente, com aquele sotaque típico, chamavam um ao outro de… “Pretinho” e “Pretinha”
Achei divertido, descolado e não esqueci.
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Aliás, nem sei o porquê comento essas bobagens com vocês.
Esses apelidos carinhosos são comuns entre enamorados quando estão naquela fase do “só vou se você for”.
Faço uma lista:
Amor,
Amore,
Amorzim,
Amorzão,
More,
Amoreco,
Meu nego,
Minha nega,
Tchutchuca,
Gata,
Gato,
Bebê,
Baby,
Coração,
Chuchuzinho
E assim vai…
Outro dia, na internet, descobri uma lista com mais de 165 apelidos criativos para namorados, rolos, casos, ficantes e assemelhados.
Tem para todos os gostos.
Quem quiser – e estiver iniciando um romance – pode ir lá e conferir.
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Eu só não recomendaria alguns que foram usados por amigos – e, sinceramente, achei fora de contexto.
A saber:
O Paulinho Da Bahia chamava a mulher dele de Neneca que era a alcunha também de um goleiro parrudo, grandalhão, que jogavas no Guarani de Campinas.
Ele disse que a Sra. Da Bahia gostava, mas eu tinha lá minhas dúvidas.
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Outro (que prefiro não citar o nome por óbvios motivos), todas as tardes, atendia ao telefone com um efusivo cumprimento:
– E aí, Jacaré, tudo bem!
Daí rolava um papinho mais misterioso, e lânguido.
Não preciso dizer, mas digo que a esposa oficial (a suposta Dona Jacaroa) trabalhava na seção ao lado da velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor.
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Pior mesmo aconteceu com o amigo Devito.
Não deu sorte.
Conheceu uma garota linda, dessas moderninhas, bem resolvidas.
Estava apaixonado.
Tomou um pé na bunda só porque a chamou de “Princesa”.
Ela odiou.
Achou cafona demais.
Disse que “Princesa” era nome de vaca – e caiu no mundo.
O que você acha?