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A Primavera, de Lyra e Vinicius

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Vamos saudar a chegada da Primavera lembrando uma breve história do Poetinha.

I.

Sempre me intrigou as duas partes da letra da inspiradíssima canção “ A Primavera”, de Carlinhos Lyra e Vinicius de Moraes. Elas são, digamos, complementares, parte 1 e parte 2 – mas, se observarmos bem se garantem por si. Se separadas, têm vida própria e são belíssimas.

“Primavera” fez parte do repertório do musical “Pobre Menina Rica”, assinado pelos dois autores.

Foi célebre a noite de estreia na boate ‘Au bom Goumert’, no Rio de Janeiro. Participaram do elenco: Vinicius de Moraes (na leitura do texto), o próprio Carlinhos, Roberto Menescal, Nara Leão e Dulce Nunes, como protagonista (derrotou uma tal de Elis Regina nos testes). Os arranjos foram do maestro Radamés Gnatali.

II.

Ainda nos anos 80, na coletiva de imprensa de um grupo de bossanovistas que realizavam show comemorativo numa casa de espetáculo chamada Olympia, na Lapa, em São Paulo, perguntei a Carlinhos Lyra sobre essa minha inquietação.

Não sei se no burburinho dos repórteres, cada qual com uma pergunta diferente, o notável músico entendeu inteiramente o teor da minha questão. Generalizou. Disse que o Poetinha, quanto mais apaixonado estava, mais inspirado ficava e mais produtivo também.

– E naquele início dos anos 60 o Vinicius andava terrível.

Não deu para identificar a autora do debochado comentário.

A voz veio lá da coxia do palco onde estavam os entrevistados. Mas nos pareceu – a mim e aos outros repórteres – que quem falou tinha conhecimento de causa.

III.

A PRIMAVERA

(Carlos Lyra e Vinicius de Moraes)

“O meu amor sozinho
É assim como um jardim sem flor
Só queria poder ir dizer a ela
Como é triste se sentir saudade

É que eu gosto tanto dela
Que é capaz dela gostar de mim
E acontece que eu estou mais longe dela
Que da estrela a reluzir na tarde

Estrela, eu lhe diria
Desce à terra, o amor existe
E a poesia só espera ver
Nascer a primavera
Para não morrer”

(…)

“Não há amor sozinho
É juntinho que ele fica bom
Eu queria dar-lhe todo o meu carinho
Eu queria ter felicidade

É que o meu amor é tanto
Um encanto que não tem mais fim
E no entanto ele nem sabe que isso existe
É tão triste se sentir saudade

Amor, eu lhe direi
Amor que eu tanto procurei
Ah, quem me dera eu pudesse ser
A tua primavera
E depois morrer”

Foto: Jô Rabelo

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