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A Taça da Amizade ***

Internautas torcedores…

Trago a paz e a harmonia de volta ao futebol brasileiro.

Tenho a solução para a cizânia que se instalou pelos gramados tupiniquins desde que veio à luz a questão da tal taça das bolinhas – aquela que Flamengo e São Paulo se auto-intitulam donos por terem conquistados cinco vezes o campeonato brasileiro.

Internautas de pouca fé…

A coisa me parece mais simples do que imaginam as vãs discussões das partes envolvidas, torcidas, cronistas esportivos e os senhores feudais da CBF.

Deixem a taça no Palestra Itália – e, fiquem certos, estará em boas mãos. Lá é o seu lugar até porque há tempos não pinta um caneco novo, rebrilhante por ali.

Estudei o caso com afinco.

Pesquisei com ilustres cientistas, doutores e pós doutores.

Não se trata, pois, de argumento infundado, de um fanático palmeirense que não sou…

Não é porque considero Ademir da Guia o melhor jogador de futebol que vi jogar, depois de Pelé e Garrincha, óbvio, que os dois não se conta…

Nem porque sei de cor e salteado a escalação do Palmeiras supercampeão de 1959 – Valdir, Djalma Santos, Valdemar, Aldemar e Geraldo Scotto; Zequinha e Chinezinho, Julinho, Américo, Nardo e Romeiro…

Não.

Não é por isso.

Menos ainda pelo fato de reconhecer que os gramados brasileiros, desde 1996, não reúnem tantos talentos juntos quanto aquele ataque formado por Muller, Luizão, Djalminha e Rivaldo.

Nada disso.

O argumento é bestial, como diriam os amigos de além-mar, felizes porque a Lusinha voltou à primeirona.

Se vale campeonato da segunda divisão – como foi o torneio que o Sport ganhou em 87 –, então o primeiro legítimo pentacampeão brasileiro é o Palmeiras.

Aí está a conquista de 2003 que não me deixa mentir sozinho — aliás, aproveito para convocar a Turma do Amendoim e da Adidas (que está faturando muito com a camisa nova) para ser solidários à minha tese.

Aliás, quero fazer aqui um reparo que julgo histórico.

Aquele time do Palmeiras que, em 2002, caiu para a série B, se jogasse hoje o Brasileirão, acho que faria frente ao São Paulo – melhor que Botafogo, Flamengo, Cruzeiro e outros times endeusados pela crônica esportiva, ele era. Olhem alguns jogadores que passaram por lá: Dodô (Botafogo), Leandro Amaral (Vasco), Leonardo Moura (Flamengo), Euller (que jogou no Inter campeão do mundo – sic!), Paulo Assunção (que está no Porto e é melhor que o Josué), Arce (lembram do paraguaio?), entre outros. Marcão e Sérgio eram os goleiros.

Está certo! Aquele time tinha um diferencial para "cair" como caiu. Havia um zagueiro chamado Alexandre que parecia um carteiro bêbado – entregava tudo errado..

Faço esse reparo só para que tenha idéia do quanto descambou o futebol que hoje se joga no Brasil. É um misto de Copa São Paulo de Juniores com aquele torneio de Máster que a Bandeirantes promovia com o Luciano do Valle como técnico.

Aliás, não raras vezes, o Dunga Zangado como técnico da seleção me parece tão à vontade no cargo quanto o Luciano à beira do gramado naqueles idos tempos.

Talvez seja apenas uma impressão.

Voltemos ao papo de botequim que se transformou o post de hoje.

Diria mesmo que hoje no Brasil se joga a 5a. divisão do futebol mundial.

Querem ver?

1a. Campeonatos inglês, alemão, espanhol e italiano;

2a. Campeonatos português, francês e holandês;

3a. Campeonatos de outros paíse europeus, inclusive os que compunham a antiga URSS;

4a. Campeonatos dos países asiáticos e árabes.

O que sobra – a garotada que aparece e os velhuscos que não se acertaram por lá ou foram dispensados – vem fazer a nossa diversão.

É triste, mas é real…

Tão real quanto o fato de, agora falando sério, a taça das bolinhas pertencer ao Flamengo, legítimo penta brasileiro. A Copa União foi mesmo o principal torneio do País em 87, reunindo as melhores equipes. Todos entendemos como Campeonato Brasileiro sem a organização da CBF. Inclusive houve um movimento dos clubes para que Flamengo e Inter não se submetessem a ordem de jogar o quadrangular que a Coisa propôs com Sport e Guarani. O próprio São Paulo foi um dos signatários dessa sábia decisão que impôs a vontade (e os direitos) dos clubes sobre os da instituição.

Aliás, tenho outra sugestão.

Que o São Paulo receba a taça das mãos da CBF e, posteriormente, se promova um amistoso entre os dois clubes, no Maracanã. Aí, o Tricolor entregaria a dita -cuja, que passaria a se denominar Taça da Amizade, para delírio da galera flamenguista – esta, sim, a melhor coisa que se viu nos estádios brasileiros neste ano.

Seria bonito, e em nada diminuiria os dois pentas campeões brasileiros.

*** (TEXTO PUBLICADO EM 17.11.2007 QUANDO OS DOIS CLUBES AINDA NÃO HAVIAM CONQUISTADO O SEXTO TÍTULO BRASILEIRO.)