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A voz das urnas

01. Números, números e números. Há uma curiosidade enorme sempre que termina uma eleição — e acrescento que pode ser até para a escolha de síndico de prédio. Todos querem saber quem ganhou e quem perdeu, o que me parece natural. Mais interessante, no entanto, revela-se o afã das pessoas em saber quantos votos teve fulano, em que lugar chegou sicrano, quem foi o mais votado ali, quem ficou em último acolá e assim por diante. Houve quem me parasse na rua para perguntar se a Gazetinha, o único jornal porta-voz da região, iria publicar o mapeamento completo da votação de todos os candidatos a vereador da cidade. Surpreedeu-me tamanho interesse — e garantiu-me que há uma saborosa sensação em rastrear a imensa listagem contrapondo nome a nome e respectiva votação…

02. Com todo respeito à vontade do amigo leitor, não faz sentido publicar a imensa relação de 1086 nomes. Mas, para saciar um pouco a curiosidade do distinto, registro que um certo senhor Julinho, do PCO, e o misterioso J.Santos, do PHS, empataram em último lugar com esperançosos 3 votos cada. Cabe-me, neste ponto, fazer duas preciosas observações. A primeira: não tenho a menor idéia do que significam as siglas dos dois ilustres partidos. E a segunda: tomara esses dois candidatos tenham família pequena; pois, o constrangimento será menor.

03. Gazeta do Ipiranga publica abaixo alguns recortes da votação de domingo passado. Procuramos passar para o leitor a essência dos números no Ipiranga e Saúde. Algumas observações se fazem obrigatórias. Uma delas é que se revelou notório o avanço do Partido dos Trabalhadores nas duas regiões. No bairro, por exemplo, é a primeira vez que Paulo Maluf perde para um candidato do PT. No âmbito da Câmara Municipal, o Ipiranga garantiu a reeleição do vereador Domingos Dissei, o mais votado na região. De seus quase 24 mil votos teve mais de 13 mil só no bairro e outros 5 mil na área da Saúde. Outros três vereadores da região foram bem reeleitos — Jose Mentor (com atuação nas vilas e jardins), Dalton Silvano (com reduto no Cambuci), Jooji Hato (que reside no Jardim da Saúde) — e William Woo, que é nascido no Ipiranga e conseguiu seu primeiro mandato.

04. Vale prestar atenção para a representatividade da região na Câmara. Cada área do Grande Ipiranga se viu contemplada com um representante — o que de, alguma forma, consagra o voto distrital; um instrumento mais do que necessário para uma democracia que se entenda contemporânea, mas que encontra grande resistência por parte dos medalhões da política brasileira. Esses mesmos que não têm um reduto eleitoral único e se recorrem ao poder econômico para permanecer em evidência.

05. Aos eleitos, nossos parabéns — e o desejo de que possam honrar os votos que receberam e os credenciaram a nos representar na Câmara Municipal. Quanto à disputa do segundo turno, entre Marta e Maluf, vamos deixar para as próximas colunas. O pega tende a esquentar…