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Athenas

Foto: Grécia, verão 2022/Arquivo Pessoal

Como ressaltei no post-matriz desta involuntária série (Roteiro de Viagem), fiquei surpreso com as ruas do bairro central de Monastiraki abarrotadas de turistas de todas as partes do mundo.

Andei por lá por quatro ou cinco dia – e, ainda hoje, me questiono: não sei o que comemoram, mas há um clima ininterrupto de festa e coloridas celebrações.

Ressalta-se: em meio a um calor abrasador nessa época do ano.

Confesso que foi a primeira vez que estive perambulando por Athenas no esplendor do ensolarado e concorrido verão europeu.

(Foi no ano passado, bom lembrar aos desavisados a bordo).

Chegamos no tal bairro boêmio de Athenas passava da meia-noite.

Ainda no aeroporto bateu-me a sensação de que, dado ao adiantado da hora em função dos imprevistos na escala Milão/Athenas, teríamos sérios problemas para encontrar o Airbnb que descolamos, de última hora, na capital da Grécia.

Vislumbrei a cena inglória de andarilhos solitários a andar por ruas sombrias e desertas a bordo de suas mochilas e malas com rodinhas (santa invenção do homem com a bênção dos deuses).

Ledo engano, amigos.

Quando o táxi nos deixou a três ou quatro quarteirões do endereço que lhe passamos, foi outro o meu espanto.

Um turbilhão de gente nos esperava.

Os quarteirões do Monastiraki pareciam sediar um desses festivais famosos.

Fervilhavam de humanoides de todas cores, origens e sabores num movimento interrupto e barulhento que parecia nos saudar.

Fomos que fomos.

Na base do ‘dá licença’, ‘permisso’, ‘perfavore’, ‘escuse’, ‘tankyou’.

Por fim – e enfim, aos trancos e pedindo passagem, encontramos o dito apartamento num prédio assim-assim. No térreo havia uma loja de disco, especializada em rock.

Estava fechada.

A viela apinhada de jovens à frente de dois ou três ruidosos bares-baladas.

Desconfiei que era o point da moçada.

Tremi na base.

Meus setentinhas pesaram nessa hora.

Vai ser uma barulheira só.

Mesmo assim, antes de entrar no prédio, arrisquei espiar pelo vidro o que havia dentro da loja.

Não dava pra ver direito.

Mesmo assim, vislumbrei dois posts.

Um do David de Bowie.

E aquele célebre dos Beatles que ilustrou o cartaz do filme Help.

Fim das aflições.

Tô em casa.

*No dia seguinte, pela manhã, passei na loja.

Bisbilhotei suas bancadas repletas de vinil.

Pois é…

Lembrei meus tempos de colecionador.

Old times.

No comando do caixa, acompanhando todos os meus movimentos, o que imaginei ser o dono da loja. O barba era parecidíssimo com aquele cantor egipício que se dizia grego e fez relativo sucesso nos anos 70.

Quem se recorda?

Demis Roussos (1946/2015), isso mesmo!

Também havia esquecido.

Mas, lembrei-me no mesmo instante.

Ainda nenhum comentário.

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