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Carta ao Divino

Caro Divino Ademir da Guia

Hoje, 26 de agosto de 2014, o Palmeiras festeja o centenário de sua fundação. Senti vontade de escrever uma carta ao clube parabenizando pela incrível data. Pois, como gritam os torcedores nas arquibancadas do Pacaembu, são cem anos de história, de lutas e de glórias.

Segundo os costumes, eu deveria encaminhar essa mensagem de congratulação ao atual mandatário do clube, Paulo Nobre. Mas, sei que ele vai perdoar a minha quebra de protocolo. Afinal, enquanto ele é só o presidente, você é o rei.

Escuto sempre você falar que não se considera o maior jogador da história do clube. Mas, saiba que você é sim. Os números são frios. São 900 jogos pelo clube, venceu cinco Campeonatos Paulistas e foi campeão brasileiro também cinco vezes. Quente, era o seu futebol que encantava.

Infelizmente, não vi você jogar. Mas conheço a história.

Neste mês, você atuou na conquista do torneio de máster do Oberdan Cattani, competição em homenagem ao ex-goleiro, morto em junho. Alías, Oberdan é outro icone do Palmeiras. Participou do principal triunfo do clube, a Copa Rio, o Mundial de 1951. Antes ele esteve na Arrancada Heroica, quando o clube teve que deixar de usar o nome de Palestra para virar Palmeiras, em 1942, e assim sobreviver.

Outro torneio que encheu os palmeirenses de saudade e de alegria foi o Troféu Julinho Botelho, vitória de 2 a 1 da equipe profissional sobre a Fiorentina, no Pacaembu.

Com o Julinho, você jogou junto e sabe muito bem o quanto ele infernizava na ponta direita a vida dos marcadores. Ele atuou nos dois times, é ídolo aqui e lá.

Outro dia, vi você usar a camisa azul do Palmeiras. O modelo foi feito para lembrar as raízes do clube. Azul é cor da casa de Savoia e da seleção italiana. Nada melhor do que lembrar as nossas origens.

A Società Sportiva Palestra Italia, clube fundado para unir os imigrantes italianos em São Paulo, cresceu e chega hoje aos seus cem anos com o nome de Sociedade Esportiva Palmeiras. O caminho não foi fácil, mas foi vitorioso.

Por favor, transmita os meus cumprimentos a Dudu, Luís Pereira, Leão, Valdir, Leivinha, César, Edu e todos os outros companheiros que fizeram a história do clube.

Atenciosamente,
Rodolfo Stipp Martino

* Meus cinco ou seis fiéis leitores bem sabem: toda vez que falo no Palmeiras, é inevitável a lembrança do Velho Aldo, meu saudoso pai. Hoje, na comemoração do centenário do Palestra, quis inovar: abri espaço no blog para um texto do meu filho. Só para unir as pontas, misturar saudade e orgulho, passado, presente e futuro e, assim, sacramentar o amor eterno ao Verdão.