Este blog faz uma sincera reverência à memória de Fausto Polesi.
O jornalista morreu hoje aos 81 anos, em São Bernardo do Campo.
Doutor Fausto é uma das figuras mais emblemáticas do jornalismo regional.
Foi um dos fundadores do Diário do Grande ABC.
Exemplo de dedicação e seriedade, comandou a Redação em seus melhores dias quando o Diário passou a ser considerado o principal jornal regional do País.
Mesmo de forma indireta (nunca tive o privilégio de trabalhar com ele) devo muito à postura crítica e independente que sempre pautou a trajetória do Doutor Fausto no jornalismo. Passei boa parte da minha lida em um jornal de bairro (assim como foi o Diário em sua origem, em 1958) e o exemplo de rigor e integridade que inspirava o dia-a-dia dos jovens repórteres como eu vinha do padrão estabelecido pelo jornal do Grande ABC.
Não é exagero dizer que, ao lado de outros jornalistas, como Antônio de Oliveira Marques (Gazeta do Ipiranga), Ari Silva (Gazeta da Zona Norte), Hirão Tessari (Gazeta da Vila Prudente) e Durval Quintanilha (Gazeta de Pinheiro), o Doutor Fausto foi um dos pioneiros na semeadura do conceito de comunitarismo, de cidadania e mesmo do tal jornalismo cidadão, tão em voga nos dias atuais.
Com esses idealistas à frente, os jornais regionais tiveram papel preponderante na reorganização social da sociedade. No tempo do arbítrio, souberam, ao lado de outros representativos movimentos populares, como os da Igreja Católica e o sindicalismo do ABC, “dar voz e vez ao povo”.
Pena que hoje esses veículos apresentam-se debilitados em suas propostas editorais.
É certo que, em nossos dias, são raros jornalistas como o Doutor Fausto.