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Frango com polenta

Foto: Seção de Pesquisa e Documentação da Prefeitura de São Bernardo do Campo – 1985

Moro em São Bernardo do Campo há 40 anos.

Nem eu acredito, juro.

Digo isso aos meus caros cinco ou seis leitores com a sinceridade que me é peculiar.

Gosto demais daqui, mas nunca me senti assim, digamos, um cidadão sambernardense. Inclusive só neste ano, por conta da tal biometria, decidi transferir meu título de eleitor para o município.

Desde sempre votei em São Paulo, minha cidade de origem.

Explico a situação e peço que me entendam: tenho ligações umbilicais com o Reino Unido do Cambuci, bairro onde nasci e me criei. Além do que, durante quase 30 anos trabalhei no Ipiranga, onde fiz amigos e “fundeei sonhos, amores e utopias”, como escrevi em um dos meus livros; não lembro qual.

Meus melhores momentos, desconfio, eu os vivi baseado na Colina Histórica.

Mesmo assim – e ainda assim – quero registrar, neste humilde Blog, minha tristeza e profundo pesar pelo lento desaparecimento da chamada “Rota do Frango Com Polenta”, um conjunto de restaurantes – Florestal, São Judas Tadeu, São Francisco, entre outros – que, por décadas e décadas, fez a fama gastronômica desta cidade até mesmo em âmbito internacional.

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Verdade mais que verdeira.

Querem um exemplo?

Nós, habitantes da velha redação, tínhamos por costume ou vício, a cada quinze dias, fazermos uma visitinha ao local para um lauto almoço. Não lembro qual dos restaurantes santificados – o Judas Tadeu ou o Francisco – promovia um festival de peixes, camarões e outros frutos do mar às sextas-feiras, dia em que o nosso semanário circulava e, portanto, salvo alguma intempérie, tínhamos um bom tempo livre para pensar na próxima edição.

Dava pra dar uma escapada pra cá – e se fartar nas finas especiarias.

Certa vez, numa dessas visitas, topamos com uma leva de enlouquecidos turistas argentinos, todos absolutamente deslumbrados com as dimensões gigantescas da casa e a infinidade de pratos à disposição de incautos glutões. Fossem qual fossem a nacionalidade, a origem, a procedência.

Era um tal de ‘madre mia’ pra cá, de ‘no más’ pra lá, entre outras expressões de espanto e felicidade.

Os gringos não acreditavam no que viam e abocanhavam.

Não fui lá um grande frequentador do local.

Mas, minha vivência por ali começou quando ainda era garoto.

Mas, esta outra história, prometo, amanhã eu conto…

 

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