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A vencedora geração da França

Foto: Fifa

Resenha da Copa (9)

Torcida amiga, bom dia!

Lá pelas quebradas dos anos 80 e 90 realizava-se no impávido Clube Atlético Ypiranga um torneio anual que se designava Copa das Nações.

Era divertido.

A turma do futebol se empolgava toda.

Formavam-se várias equipes entre os associados de acordo com a ascendência dos ditos-cujos.

Em seguida, denominavam-se os times.

Que eu me lembre, os países representados eram Espanha, Portugal, Itália (que numa das edições formou duas ‘seleções’: a Itália propriamente dita e a Calábria)…

Não lembro se havia Alemanha. Desconfio que não.

Menos ainda, creio, se falava em formar um time para representar a França.

Se eu estiver errado, meus amigos Nappi e Olívio Pitta, que me corrijam, por favor.

Havia, sim, o time dos árabes.

Isso eu lembro.

Mas, França tenho quase certeza que não.

Certa vez houve até uma festa francesa – “Uma Noite em Paris” – no salão social do clube, mas no campão que ainda era de terra batida, ali, a França não se criava.

Sempre sobravam inscritos para o bate-bola. Podiam até formar um ‘catadão, bala-mistura’ pra brincar e tomar uma ou outra cerveja depois na hora do congraçamento.

Meu amigos e eventuais inimigos,

É preciso que se diga, e eu digo: até então, a seleção francesa não existia como força relevante no Planeta Bola.

Os Azuis tinham lá seu brilhareco, mas não chegavam a emplacar na hora do ‘vamos ver’.

O Ypiranga, desde meus tempos de garoto, era conhecido como o ‘Celeiro de Craques’.

Por lá nos idos de 40, passaram grandes craques de renome nacional. Cito dois como exemplos: Dr. Rubis (jogou no Vasco e no Flamengo) e Barbosa (goleiro do Vasco e da nossa seleção na Copa de 50).

Generalizando…

O Brasil sempre foi tido e havido interplanetariamente como ‘Celeiro de Craques’.

Ainda hoje respiramos e aspiramos essa fama.

Apesar de que ouso lhes afirmar que pertence à França a verdadeira glória de forjar novos valores para o futebol mundial, de uns tempos pra cá,

Não chego a dizer que é o País do Futebol.

Mas, está bem na sua quarta final em sete edições da Copa.

De quebra, além dos 25 atletas da seleção, outros 29 franceses se espalharam pelos estádios do Qatar representando equipes de países diversos e participantes.

Uma pitadinha histórica:

O marco da virada foi a conquista do Mundial de 1998 em Paris.

Tomamos um vareio.

Um capote.

3×0.

Difícil de acreditar.

É bem verdade que houve o nebuloso episódio do Ronaldo, a tal convulsão ainda hoje envolta em mistérios.

Falou-se até que a CBF havia entregue o jogo por interesses obscuros, artimanhas de patrocinador, coisa absurda.

Resumo da ópera:

Tomamos a lambada, mas desconsideramos.

Tal era o nosso sentimento que o bombástico Notícias Populares manchetou em letras garrafais na edição pós-jogo:

O PENTA

QUE

PARTIU

Na Copa de 2006, a França também nos despachou – e fez a final contra a Itália, a campeã daquela edição.

A culpa, daquela feita, foi do meião do Roberto Carlos.

Lembram?

(A gente não aprende mesmo)

Na Copa de 2018, quem foi o país campeão?

Repitam comigo:

F_R_A_N_Ç_A.

E agora, nas tórridas areias cataris, quem enfrenta a Argentina na finalíssima?

F_R_A_N_Ç_A.

Sei que todo mundo já falou, mas acho importante ressaltar por aqui:

A França chegou ao desértico país com nada menos que oito desfalques.

Entre esses, seis seriam titulares absolutos.

Um deles, o centroavante Benzema, considerado ‘o melhor jogador do mundo’ nesta temporada.

Mais:

Antes do jogo de ontem, que venceu, sem choro ou ranger de dentes, mas com muita determinação, a aguerrida equipe sensação do Marrocos (2×0), mais duas perdas: o zagueiraço Upaneicano e o meia Rabiot.

Meus considerados, lhes digo:

Não sei se a França joga o melhor futebol do mundo.

(Desconfio que ninguém é tão melhor do que ninguém hoje em dia.)

Sei, porém, que a França tem a geração mais vencedora.

E sigamos que la vie en rose

Domingo, a partir do meio dia, o deserto vai tremer para França e Argentina.

É lá que o ontem (de Messi) e o amanhã (de Mbapée) se encontram para forjar o legítimo campeão.

É nosso o presente!

* Não podia deixar de escolher a trilha sonora a reverenciar Le Bleus na voz de um legitimo representante da minha Itália, fora de duas copas, mas sempre em nosso coração.

Uma pergunta:

Adivinhem em qual time eu jogava na Copa das Nações do clube?

Joguei na Itália e na Calábria, organizada pelo Seu Cassiano.

Ô glória!!!

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