Ilustração enviada pelo amigo Escova
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Meu amigo Escova é um debochado.
Isso para dizer o mínimo.
Um provocador.
Vou fingir que acredito.
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Ele me envia a ilustração acima, via zap – e a descreve em tom de ironia.
Diz que a cena o retrata debruçado na amurada ao descortino da Tour de Eiffel.
Filosofa: está a refletir sobre a desclassificação do Brasil na Copa e a demora em receber o exemplar do meu novo livro A Cor da Vida...
Reclama, em tom apreensivo, que autorizei a publicação sem que, ao menos, ele pudesse ler os originais.
É ou não é um fanfarrão?
Só um reparo antes de prosseguir.
Nem aos vinte anos o Escova tinha a cinturinha de pilão do senhor supra retratado. Imagina agora no pós 70…
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Isto posto, sigamos.
Os amigos que me leem já conhecem o Escova, personagem constante por aqui.
Tem currículo para tanto, reconheço. Histórias e mais histórias, trampolinagens mil.
De quebra, Escova se autoproclama ombudsman do Blog. Vale-se, para tanto, da velha parceria que fizemos em idos tempos como repórteres na velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor.
Como resistir a tão vigoroso e sentimental argumento?
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Ultimamente eu o chamo, sempre via zap, de o Profeta.
Explico.
Assim que a presidente Dilma Rousseff foi impichada naquela macabra votação do Congresso em Brasília, Escova preparou-se para deixar o país.
Foi encontrar a filha e os netos nos arredores de Paris – e por lá ficou.
Seu argumento foi irrefutável.
“Vai ser a barbárie!”
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Depois disso, que jeito!, só nos falamos por whatsapp e, vez ou outra, aqui no Blog.
Escova chegou a escrever, também por conta e risco, o texto da contracapa de um outro livro meu:
Pela Janela do Mundo – Ou o mundo pela janela.
Nada, porém, que se compare às nossas conversas habituais nas manhãs de sábado pelos botecos do Ponto Fabrica a refletir sobre a vida, os amigos (alguns inimigos, que sempre os há) e as lembranças de um passado ainda vivo em nós.
Enfim…
É da vida, dos amores.
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Aproveito o ensejo para lhe falar sobre a Copa do Qatar, assunto do momento.
Para quem ele torceu?
Brasil, é claro – responde.
E a França?
“Vai bem obrigado. Mas, não me empolga”.
Messi ou Mbapée?
“Lionel é mais merecedor”.
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E os marroquinos? Fizeram muito barulho por aí com o sucesso da seleção?
– Foi tenso, cara. Estavam por toda parte da cidade. Diria que tomaram as imediações do Jardim de Luxemburgo. Ao mesmo tempo, foi emocionante ver o semblante de felicidade dessa gente. Coisa rara, amigo.
Torceu por eles ou pela…
– Somos todos forasteiros por aqui… Adivinha? Ao final, diria, deu o resultado esperado. Todos estão felizes e, principalmente, em paz.
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Pergunto quando ele volta ao Brasil.
“Estou aguardando o convite oficial para a posse do presidente Lula”.
É ou não é um debochado?
O que você acha?