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Mr. Sandman

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Foto: Leila Rodrigues

Qual o quê?

Demorei quase toda uma vida para me dar conta que o tal Mr. Sandman daquela linda canção americana trata-se – ninguém mais, ninguém menos – do que o meu conhecido João Pestana dos tempos de criança.

Como assim?

O amável leitor e a amada leitora não conhecem o João Pestana? 

O quê?

Mal ouviram o clássico americano, composto por Pat Ballard e originalmente gravado pelas Chordettes em 1954 e depois recebeu zilhões de versões mundo afora?

Ops…

Sem problemas.

Vale então o tom esclarecedor da crônica de hoje.

Antes, porém, uma pergunta algo inconveniente: qual a idade de cada um de vocês?

É compreensível a estranheza.

Devo postar a música primeiro ou antes lhes falo, ainda que brevemente (como manda a praxe do internetês), quem é o mago João Pestana?

Perceberam? 

Já dei um spoiler.

A ordem dos fatores não altera o blá-blá-blá.

Ok.

Assim comecemos com João Pestana.

Diz a lenda infanto-juvenil: é um Ser de Luz que, nas noites estreladas, percorre as casas das crianças obedientes e lhes oferta a dádiva dos bons sonhos enquanto dormem. O Tiozão do Bem joga grãos de areia mágica nos olhos dos guris. Por isso acordam com as pálpebras coladas, as pestanas grudadas.

Além do sono tranquilo, João Pestana (ou Mr.Sandman para os gringos) transforma os desejos das crianças e adolescentes (e, vá lá, de alguns adultos mais renitentes em crescer) em doce realidade.

Mas, detalhe imprescindível, há que ser bonzinho, generoso e obedecer os mais velhos, especialmente a mamãe e o papai e o tio-avô aqui.

E os amigos-leitores pensavam que remela no olho era só remela no olho?

Ledo e ivo engano.

Enfim…

Esse é o abrasileirado João Pestana que conheci no Cambuci nos meus tempos de Tchinim. 

Teimoso que só, eu insistia em ficar acordado para assistir ao Diário de S. Paulo na TV junto ao meu pai – e a Dona Yolanda, minha mãe, vinha com a conversinha, algo ameaçadora:

“Dez da noite, Tchinim. Vai dormir que amanhã tem escola cedo. Me obedece senão o João Pestana não lhe dará bom sonhos. Você vai acordar é com uma baita conjuntivite.”

Não sei se acreditava. Mas, por via das dúvidas…

Acho que lhes devo dois esclarecimentos:

1 – Ao contrário do que pode parecer, eu não estava interessado nas notícias do dia trazidas pelos notáveis Carlos Spera, Maurício Loureiro Gama e o impávido repórter Antônio Carlos de Moraes, o Tico-tico. Queria mesmo nacos do queijo parmesão que o pai cortava em pequenos cubos e saboreava prazerosamente enquanto assistia ao jornal do fim da noite.

2 – É certo que nunca vi o João Pestana que, a bem da verdade, a mãe se enrolava toda para melhor descrever. Acreditem, porém, que hoje, mesmo acordado, muitas vezes, não acredito no que vejo. Parece que tem areia em meus olhos. Pode ser catarata?

Mesmo assim, insisto em continuar sonhando…

Ainda nenhum comentário.

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