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Mundaréus

Hoje, têm um nome pomposo. Denominam-se subprefeituras. Àquela época, chamavam-se simplesmente Administrações Regionais e, se não me engano, eram em número de 16. Formavam a linha de frente da Prefeitura paulistana no combate aos problemas da cidade.

Um adendo importante.

Refiro-me ao ano santo de 1983, quando o deputado Mário Covas foi nomeado prefeito de São Paulo pelo governador eleito, Franco Montoro. Ambos eram do PMDB.

Outro adendo, não menos importante.

Desde 1966, por um dos tantos casuísmos da ditadura, prefeitos de capitais e cidades consideradas áreas de segurança nacional e governadores eram nomeados pelo general-presidente da República. Por isso, só em 1982, a partir dos bons ventos da redemocratização, escolheu-se o governador do Estado pelo voto direto. Eleições para a Prefeitura de São Paulo só voltaram a acontecer em 85 – e um dia falaremos sobre esse triste episódio.

Mas, voltemos a nossa história.

Eleito governador, Montoro escolheu Covas para prefeito que consultou o vereador Almir Guimarães para que indicasse o nome do futuro administrador regional do Ipiranga.

Ai, ai, ai…

Antes de dizer o nome do escolhido, preciso fazer um novo adendo. Agora para dizer que, um ano antes, o palmeirense Almir Guimarães, que distribuía santinhos com o distintivo do Corinthians, reelegeu-se para a Câmara Municipal de São Paulo com nada menos de 82 mil votos e quequérecos. Uma significativa votação, vinda principalmente do que entendíamos ser o Grande Ipiranga.

Nada mais correto, portanto, que dar ao homem a chance de escolher o administrador regional. Adivinhem quem o Almir indicou?

O cara. O Rei da Cocada Branca ou Preta ou tivesse a cor que tivesse. O Mestre de todos nós – e mais alguns. Ele mesmo. O grande Nasci, de tantas e quantas histórias que aqui transformei em posts e crônicas.

Claro que ficamos todos felizes. A Redação comemorou. Enfim, a modernidade chegaria ao Ipirangão Velho de Guerra e Grito. O cara sabia tudo. Faria uma notável administração, sem dúvida.

Exatamente, por saber tudo da vida e das quebradas do mundaréus, o Nasci optou pelos mundaréus – e não aceitou.

[Texto publicado no livro "Meus Caros Amigos – Crônicas sobre jornalistas, boêmios e paixões"]