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Ninguém é de ninguém

Ainda no embalo do nostálgico post de ontem, amigos lembraram outras expressões que, tal qual carteiro bêbado, entregar entregam, mas estão fora do contexto.

Exemplo:

Chamar a Polícia Militar de Força Pública, seu mui antigo nome.

Nem eu me lembrava dessa…

Outro exemplo:

Falar que vivemos "um momento auspicioso".

Auspicioso é tão solene quanto terminar um email com “cordiais saudações”.

O pessoal que viveu "os dias de glória" da Jovem Guarda fez uma lista das gírias da época, todas devidamente forma de uso:

“É uma brasa, mora!”

“Barra limpa!”

“Papo firme!”

“Deixar cair”

Como vocês, podem ver: era um "fuzuê"

Outras preciosidades que recebi:

“Fazer uma falseta”.

Chamar recém-casados de “nubentes”.

Falar que Fulano tem uma “concubina”.

E que Cicrana “pulou a cerca”.

Carro da moda era “rabo de peixe”.

Balada era “gandaia”, “farra”, “esbórnia”.

Relógio era “bobo” porque trabalhava de graça.

E o fino do fino era ser “fino” que não tinha a ver com magreza, mas, sim, com elegância.

Também podia ser usar “chic”, com o mesmo sentido.

Tudo isso parece tão irreal.

Parece que foi ontem.

Mas, na verdade, foi trasanteontem.

Aliás, todo o nosso “conversê” desses dois dias, tem um motivo.

É que noite desses, em um restaurante badalado, presenciei cena “indelével” na mesa ao lado à minha:

A moça de pouco mais de 20 anos foi definitiva na resposta ao “embasbacado” interlocutor:

— Neste mundo, disse ela, “ninguém é de ninguém”.

O rapaz não gostou do que ouviu.

E eu, discretamente, lembrei um velho bolero, gravado lá nos antigamente, por Cauby Peixoto que dizia exatamente isso. E que, pelo jeitão desolado que o cabrão ficou, continua muito atual:

Ninguém é de ninguém
Na vida tudo passa…
Ninguém é de ninguém
Até quem nos abraça
Não há recordação
que não tenha seu fim
Ninguém é de ninguém
O mundo é mesmo assim

Ô dó…