Foto: Arquivo Pessoal
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Decidiram viver uma bela história.
Não definiram exatamente qual seria a história que viveriam.
Quando se deram conta já estavam em meio ao enredo.
Que misturava amor e fantasia, sonhos e…
Bem, deixa pra lá.
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Brincariam um tantinho do tal “tudo de bom” que se alardeia pela aí.
Seria “show de bola”.
A bem da verdade – que dado ao naco de fantasia em que se enroscaram, nem era tão verdade assim –, queriam mesmo_mesmo apenas viver uma bela história.
Foi assim que se acertaram.
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Eram diferentes, inadequados um ao outro. Aos olhos dos outros, e aos deles mesmos.
E por que não?
Intuíam que este era o segredo da bela história que se dispunham venturosamente viver.
Mistérios em luz e sombras.
Em silêncios e sons, como na canção que ouviram no rádio.
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Estavam decididos.
Viveriam uma bela história.
Só lhes faltou coragem – e, vá lá, outro tanto de talento.
Que todo romance tem seus desvãos e suas artimanhas.
Há que se ter arte e manha.
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Estavam para dar o primeiro passo quando ela pensou duas vezes, e ficou se achando.
Alguém disse a ele para que criasse juízo, e pensasse melhor.
Assim deram o tal tempo que sempre se dá nessas ocasiões
E o tal bonde da história passou. Vazio e triste.
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Hoje, tantos e tantos anos depois, ela ainda lembra como se sentia amada.
Mas, dá de ombros, faz questão de esquecer.
Ele…
Bem, ele tenta ser natural.
Amores vãos. Amores são.
Sempre que pode ouve a mesma canção – e se pergunta.
Como seria se fosse?
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Quem sabe pro ano que vem?
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O que você acha?