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O menino e os balaios

Katsumi, a mãe e o pai trabalhavam duro na colheita do milho, no interior do Paraná..

Formavam montanhas de espigas empilhadas.

Aí, o proprietário das terras, o sr. Manuel Gutti, chegava com seus balaios e os enchia com o fruto de todo o árduo trabalho.

Tinha-se como certo que, em cada um dos balaios, cabiam 120 espigas a serem divididas metade para o senhorio e metade para os plantadores.

O menino Katsumi começou a desconfiar dessa operação.

Logo constatou que nos cestos do sr. Gutti cabiam bem mais do que a cota estipulada. Cabiam umas 250 ou 300 espigas – e assim ele ia ficando com a maior parte da colheita, o que não era justo.

O garoto falou para os pais sobre a tramóia. Mas, eles duvidaram por um motivo simples.

Diziam:

— Onde já se viu um menino desconfiar de um senhor? Aonde foi parar o respeito às pessoas mais velhas?

Katsumi insistiu:

— Só vamos deixar ele mexer no monte de milho quando trouxer balaios de 120 espigas.

Ninguém quis ouvi-lo.

Mandaram que esquecesse os tais balaios menores.

Vejam o que ele fez.

Já que não lhe arranjaram os cestos adequados, encheu um dos balaios grandes com 120 espigas e fez uma marca na altura que a carga alcançara.

Quando o sr. Gutti chegou, notou que os balaios estavam metade vazios, metade cheios. Quis saber o que significava aquilo. Então o garoto lhe deu ciência da manobra.

O homem enfureceu-se.

Quis bater no menino. Espumou de tanta raiva.

Mas, diante do inevitável, conteve-se.

Assim, Katsumi provou a todos que estava certo – e que não é justo se aproveitar de gente que mal tinha o que comer e que não fugia aos rigores do trabalho.
Curioso. Mesmo chamando-se Manuel, o sr. Gutti também viera do Japão como a família de Katsumi e outros patrícios que trabalhavam na fazenda.

O quer motivou o comentário do mais pai do menino:

— É, filho, aprendemos todos: o peixe grande come o peixe pequeno. Não importa a cor.