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Por ser amor, invade e fim

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A jovem mamãe sorri e conta para a amiga:

– Meu filho aprendeu na escola que o amor não existe.

Ainda a divertir-se com a proeza do menino (imagino que seja), explica que a conclusão se deu na aula de Ciências. A professora ensinou que o sentimento advém de um hormônio que se manifesta, bagunça o cérebro e provoca “profundas alterações comportamentais”.

Vivendo e aprendendo.

Aos sessenta e trololó já ouvi muitas definições sobre o amor – eu mesmo arrisquei algumas. Mas, esta apurada pelo rigor científico na boca de uma criança, creio, mostra bem o tempo que vivemos.

Ou não?

II.

Quando garoto, o máximo que ouvi era uma versão, digamos, debochada:

“O amor é uma flor roxa que nasce no coração dos trouxas”.

Nunca a levei muito a sério. Trouxa ou não, ignorei.

III.

Certa tarde, na velha redação de piso assoalhado, nosso mestre e mentor, o Nasci, veio com outra definição:

“Amor verdadeiro é aquele que não dá certo”.

Causou certo espanto na rapaziada mais chegada a um romance. Mas, nada nos surpreendia vindo do nosso guru. Ele era um tanto mais velho que nós. Homem de mil e um instrumentos. Foi ator, radioator, produtor de TV, relações públicas, publicitário, empresário, marqueteiro e, como dizia, “estava jornalista”.

A bem da verdade, ele ia no embalo de outro publicitário famoso, Mauro Salles, que também era poeta. E, certa feita, escreveu:

“Somos fiéis aos amores impossíveis”.

IV.

Da minha parte, prefiro entender o amor pelos olhos  e as palavras de cronistas como Rubem Braga:

“Mas, no meio de tudo isso, fora disso, através disso, apesar disso tudo – há o amor. Ele é como a Lua, resiste a todos os sonetos e abençoa todos os pântanos”.

Tem também as canções de amor. Ah, as legítimas canções de amor! São lindas e imprescindíveis.

Escolha a sua…

Vou postar uma das que mais gosto.

*(foto: o rebu/globo)

1 Response
  • Rita Santos
    29, março, 2018

    “Por ser exato
    O amor não cabe em si
    Por ser encantado
    O amor revela-se
    Por ser amor, invade
    e fim…”

    Djavan é a própria expressão do amor. Amo!

    Adorei a crônica e escolha de Pétala, Rodolfo 🙂

    Um abraço, Rita Santos

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