Sign up with your email address to be the first to know about new products, VIP offers, blog features & more.

Raro encanto

Sonho.

Alegria.

Vida.

Orgulho

Glória.

Espetáculo.

Paixão.

História.

Esplendor.

Trabalho.

Bexiga.

São Paulo.

Samba.

Carnaval.

Em 2003/2004, um grupo de estudantes de jornalismo acompanhou todos os preparativos da Vai-Vai para o Carnaval.

Eles queriam fazer um livro-reportagem sobre a mítica escola de samba paulistana. Seria o Trabalho de Conclusão de Curso da turminha – e almejavam nota máxima.

Para isso, duas ou três vezes por semana estavam por lá na quadra da escola improvisada sob um dos tantos e quantos viadutos da metrópole.

Pesquisaram a história da escola e do carnaval paulistano, a rivalidade com a Camisa, a origem do nome, quem eram os fundadores, os títulos conseguidos – e por aí foram.

Entrevistaram do pipoqueiro ao presidente.

Batuqueiros, passistas, destaques, o pessoal da Velha Guarda, mestre-sala e porta-bandeiras, vizinhos, simpatizantes, adversários e até o atual presidente Thobias que, àquela altura, se bem me lembro, estava pensando em deixar de ser a voz da Vai-Vai no sambódromo.

Todos tinham uma definição rigorosamente pessoal.

De posse daquele mar de informações, o grupo concluiu que a Vai-Vai não existe como algo concreto, sólido, palpável. Não existe fisicamente. Por isso, tanto faz que o samba role debaixo do viaduto ou qualquer outro lugar.

A Vai-Vai existe no imaginário das pessoas como um delírio, uma alucinação.

Uma declaração de amor.

É sonho.

É alegria.

É vida.

É orgulho

É glória.

É espetáculo.

É paixão.

É história.

É esplendor.

É trabalho.

É o Bexiga.

É São Paulo.

É samba.

Arte e tradição.

É Carnaval.

Um tempo/lugar quando/onde todos se encontram.

São o que são.

Inspiram-se, sonham, amam.

Celebram, em preto e branco, o raro encanto da plena felicidade.

E dançam e cantam:

"Que barulho é este,
Que barulho é este que vem de lá…
É o Vai-Vai do Bexiga,
Orgulho da saracura
Que vai desfilar no Carnaval…"