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Relatos de um viajante parvo

Não foi tão simples assim arrastar este meu corpanzil até Marselha.

O voo de São Paulo à Madri levou mais de 12 horas, tempo demais para qualquer humano sentir-se feliz e à vontade naquele tubo de aço.

No aeroporto de Barajas, é longa a espera para a conexão e seguir até a cidade francesa. Quase cinco horas.

No meio disso tudo, tem o ajuste do fuso horário e a rebarba das festas de fim de ano. Viajei dia 30 para chegar no dia 31, em cima da pinta para o ribombar do novo ano.

Houve um período que esses deslocamentos, fosse qual fosse a data, me eram sedutores, instigante no mínimo. Hoje em dia, vou porque gosto muito, mas com o freio de mão puxado.

Dizem os amigos, para me provocar, que é o peso da idade. Outros, mais debochados, reformulam: “são o peso e a idade”.

Meus amigos tucanos insinuam que a culpa é do caos dos aeroportos, lotados e desconfortáveis.

Há quem enumere outros fatores, digamos, de cunho filosófico e humanistas.

— Viajar é uma fuga dos problemas cotidianos que permanecem aí esperando você voltar.

Não entro no mérito da questão.

Prefiro mesmo – se é que há algum consolo para esta combalida situação – citar o grande Stanislaw Ponte Preta e dizer que foram “as andanças e intemperanças da vida que me deixaram assim”.

Um viajante parvo.

Um tanto combalido, outro tanto cético, algo cínic