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Secos & Molhados

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Foto: Divulgação

Tentar eu posso. Mas, dificilmente saberei descrever ao leitor que não viveu aquele momento o que foi o aparecimento do grupo Secos & Molhados em agosto de 1973.

Há 50 anos, portanto.

Era uma banda de rock?

Não exatamente. Nem de MPB, nem de jazz ou forró. Digamos que era tudo misturado, com lay-out inovador.

Era um subproduto do Tropicalismo?

Sim e não. Era tão libertário quanto, mas alcançou uma repercussão popular ampla, geral e irrestrita. Até as crianças embarcaram no ‘vira-vira-vira-homem-vira…/vira-vira-lobisomem’.

Eram divertidos e debochados.

Foi um fenômeno bem mais impactante que o ‘boom’ do RPM nos anos 80 ou a delirante aparição dos Mamonas nos anos 90/2000.

O disco de estreia, lançado pela modesta Continental, reuniu uma coleção de hits que ouvimos ainda hoje como se fossem novidades.

“Rosa de Hiroshima”, talvez, seja a mais emblemática das canções.

Mas, também havia “Flores Astrais”, “Sangue Latino” e a irresistível “O Vira” que a todos fazia dançar.

Apostaria que sequer aos integrantes do grupo – Gerson Conrad, João Ricardo e Ney Matogrosso – esperavam tamanha receptividade.

Lembremos que o Brasil atravessava, talvez, o mais obscuro momento da ditadura militar.

Nada conspirava a favor.

Aqueles três jovens – trintões, na verdade -, andróginos, de corpo semi-desnudos, caras pintas, roupas exóticas, derrubaram todas as convenções, todos os conceitos e preconceitos. Era ousados, divertidos. Incontroláveis.

Foi devastador, e inesquecível!

Uma pergunta que sempre me fizeram – e eu nunca soube responder.

Existiria Secos & Molhados sem Ney Matogrosso.

Desconfio que sim.

Nunca seria tão perfeito, porém.

(Houve outras formações após a saída de Ney que não aconteceram na mídia.)

Anos depois, entrevistei Ney Matogrosso, ja em carreira solo.

Perguntei dos seus propósitos como artista desde então.

Ele respondeu:

Liberdade ampla – e sempre!

Liberdade espiritual, inclusive.

Sabe? A gente é livre.

O espírito é livre.

Por consequência, você pode,  mesmo diante de tudo o que aí está, se entender um indivíduo livre.

Resumo da ópera:

A essência do grupo.

Ainda nenhum comentário.

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