O Spider venceu.
Viva o Spider!
A Globo fez um barulho danado para divulgar (e faturar sobre) a luta de Anderson Silva que, até eu, que sou do tempo do telecatch, Ted Boy Marino, Fantomas e afins, me preparei para assistir ao pega, tardão da madrugada.
Não consegui. Capotei no sofá – e alguma boa alma desligou a TV para que eu dormisse posto em sossego.
Acordei com a sensação de que nada perdi, e que essa pancadaria consentida, que chamam de UFC não tem nada a ver comigo.
Sou cara simples do Cambuci, pra lá dos 60, que nada tem a ver com o modismo esportivo da vez.
Aliás, por falar em modismo, hoje é a ESPN/Brasil que transmite o tal do Super Bowl 2015, forçando a barra para que todos sejam motivados a assistir a “um dos maiores espetáculos esportivos do Planeta”.
A meninada, ao meu redor, parece entender do assunto.
Falam com desenvoltura deste ou daquele jogador, dos títulos deste ou daquele time, da atração musical do evento e cousa e lousa e mariposa.
(Nem ouso repetir os nomes aqui para não me embananar ainda mais.)
O que me causa certa estranheza porque até uma semana atrás ninguém sequer falava do assunto.
Acho que é uma característica desses novos tempos.
Talvez as tais redes sociais, a convergência das mídias, as novas plataformas comunicacionais provoquem esse arrebatamento, mesmo que momentâneo, por este ou aquele assunto, este ou aquele personagem, este ou aquele evento.
Já havia reparado que tal fenômeno também se dá no âmbito de atrações musicais internacionais que vem ao Brasil para turnês e/ou festivais.
Do dia para noite, todo mundo era fã e sabia de cor e cantava junto as canções do grupo, cujo qual (como diria o Escova) eu nunca ouvira falar.
A princípio, achei que a molecada havia incorporado alguma entidade etérea-musical. Depois, percebi, com alguma invejinha, que é uma característica desses novos tempos.
II.
Explico a ‘invejinha’.
Minha geração demorava uma semana para decoar a letra da nova canção do Chico, do Caetano, do Gil. Do Belchior, o cantor/compositor desaparecido, o prazo era maior.
Enfim, vida que segue…
