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Aquele entardecer…

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Foto: Wilson Luque

Piriápolis. Queria escrever sobre …

Trata-se de uma pacata cidade uruguaia na orla do Atlântico onde estive incerta tarde que se perdeu nas brumas do tempo.

Talvez nem faça tantos anos assim.

Sei lá…

A ansiedade desses momentos trevosos nos levam a um esparrama de sentimentos difusos.

Qualquer lembrança parece que aconteceu faz uma eternidade.

Quando ainda ainda chamávamos o ‘velho normal’ de ‘tediosa rotina”.

Queria escrever sobre Piriápolis…

Me apresso em dizer, porém, falta-me um motivo especial, o tal gancho jornalístico.

Além do que quase nada sei sobre o lugar.

Soube que é ‘um balneário turístico’ bastante procurado pelas gentes dos arredores: portenhos, paraguaios, uruguaios de outras localidades, um ou outro brasileiro, especialmente do Sul do país.

Por razões que desconheço, porém, aquele entardecer sempre me invade quando busco um escape nos belos momentos que a vida já me proporcionou.

Por nada e por tudo é para onde, mentalmente, me encaminho nas horas em que me dou ao direito de sonhar.

..,

Queria escrever sobre Piriápolis…

Como cheguei lá?

Exatamente para fugir à tal rotina, aproveitamos um fim de semana prolongado.

Éramos dois casais numa SUV – alugada no aeroporto de Montevidéu – a caminho de Punta Del Leste.

Alguém reivindicou uma rápida parada para o tradicional chocolate quente visto que era inverno.

A primeira cidadezinha que nos apareceu foi exatamente Piriápolis.

Um rápido desvio no itinerário – e, em minutos, estávamos numa rústica cafeteria em conversas várias que nem nos demos conta do horário.

Só atentamos para o anoitecer quando as luzes dos antigos postes coloriram de um tom sépia as estreitas ruas da bela cidade.

Havia uma imensa Lua pendurada no céu e que, entrecortada, se refletia trêmula nas águas sem fim do Atlântico.

Um cenário que hoje, na memória, me é deslumbrante.

Mas que, desconfio, nenhum de nós se deu conta que ali vivíamos um raro átomo de encantamento.

Cabe um (ou dois?, nunca sei) parênteses:

Tenho um especial carinho pelo Uruguai.

Já lhes contei aqui no Blog, tempos atrás, do abusado que, numa roda de amigos, decretou em alto e bom som: a simpatia que nutro pelo país vizinho tem a ver com o fato de que a cidade de Montevidéu lembra, em muitos pontos, o nosso (meu e dele) querido bairro do Cambuci nos idos dos anos 50 e 60.

Citou as ruas do distrito de Punta Carreto, toda aquela área central e mesmo os arredores da Baía de Montevidéu, com suas casas humildes de muros baixos com jardinzinho à frente além da tal iluminação das ruas ao entardecer.

Sinceramente, tenho lá minhas dúvidas.

Com boa vontade, alguma ênfase nas penumbras, pode fazer sentido.

De qualquer forma, algo, naquele pequeno país, me é agradavelmente familiar.

Queria lhes falar da pequenina Piriápolis…

Acolhedora, cativante e com raro pôr do sol. Tão belo que nos envolve a ponto de nos  fazer fantasiar que somos parte daquela luz.

É difícil falar essas coisas que vou falar.

Talvez aqui eu extrapole por conta dessas tristezas e descalabros que hoje enfrentamos, não sei.

Mas, gosto de imaginar que lá viveria tranquilamente até em função deste cálido momento da minha vida.

Acho que estou devaneando…

É provável.

Voltemos, pois, à Piriápolis…

Queria lhes falar da cidade numa crônica singela que afastasse, mesmo que por breves instantes, as mazelas cotidianas.

Um espécie de bálsamo.

Que trouxesse, ao amigo leitor, algum tipo de alento para seguir seguindo…

Vai passar.

Assim como a uva e o bonde, vai passar.

Vale apostar na esperança…

 

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