Como se faz uma rainha?
A pergunta era parte da manchete de uma matéria publicada pela Revista do Rádio no ano de 1953. A reportagem contava detalhadamente como Emilinha Borba havia conseguido eleger-se. A tônica da matéria privilegiava, é claro, o ardoroso trabalho da cantora, dos fãs e de toda a equipe da Rádio Nacional. Falava até em “publicidade psicológica”, isto é, na transmissão de textos em favor da candidatura de Emilinha nos intervalos da programação.
Nessa época, muitos anos haviam-se passado depois do primeiro concurso, e, com a experiência acumulada, as técnicas tinham sido aprimoradas. Mas, mesmo assim, o que decidia a eleição não eram os votos pingados dos fãs, e sim o bom e velho dinheiro vindo dos grandes patrocinadores.
Em reportagem publicada pela revista Rádiolândia, a cantora Ângela Maria dá uma verdadeira aula sobre a difícil arte de vencer concursos.
Ela aconselha:
[…] uma jovem não deve candidatar-se a um título sem antes ter certeza de que não vai ser apoiada por grandes forças. Não deve confiar em promessas vãs. A publicidade é o mais importante. Não só pelo rádio, mas pela imprensa também…** Trecho do livro As Rainhas do Rádio – Símbolos da Nascente Indústria Cultural Brasileira, de autoria de Maria Luisa Rinaldi Hupper, jornalista e professora de jornalismo da Universidade Metodista de São Paulo, lançado pela SENAC Editoras.