Foto: Agência EBC
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No último dia 23 de julho, completaram-se 10 anos da morte de José Domingos de Moraes.
Dominguinhos, o mais dileto discípulo de Gonzagão, faleceu aos 72 anos.
Uma perda irreparável para a cultura brasileira.
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Parceiro de grandes nomes da MPB (com Chico Buarque fez “Isto Aqui Está Bom Demais”; com Gil, a obra prima “Eu Só Quero Um Xodó”, entre outros e outras), Dominguinhos transformou sua vida em belíssima – e consistente – obra musical bem ao estilo do mestre Luiz Gonzaga, o eterno Rei do Baião.
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Trabalhei por muito tempo como repórter na área de MPB e entrevistei o sanfoneiro diversas vezes.
Era sempre uma alegria.
Um papo gostoso, com uma pessoa simples que nunca posou de pop star.
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Em 1979, estava nos bastidores do palco do Palácio das Convenções do Anhembi trabalhando na cobertura de um extemporâneo Festival de Música Popular, promovido pela então TV Tupi de São Paulo. Por uma dessas circunstâncias do acaso, ouvi de um dos organizadores que a música vencedora era “Quem Me Levará Sou Eu”, Dominguinhos e Manduca, interpretada pelo jovem Fagner.
Avistei em outro canto da coxia Fagner e Dominguinhos que conversavam animadamente sobre um assunto qualquer, do cotidiano. Perguntei, então, como se sentiam como ganhadores do grande prêmio daquele dia.
– Tem certeza? – Fagner me perguntou.
Acabei de ouvir de um dos jurados, respondi.
Sorriram orgulhosos.
Cumprimentaram-se com longo e fraterno abraço.
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Só então lembraram-se deste incauto repórter, intruso em meio à cena tão comovente.
– A gente gosta mesmo é de tocar e cantar – disseram felizes.
E continuaram a prosear, como se nada houvesse, até que fossem chamados ao palco para receber o prêmio e cantar a linda canção.
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O que você acha?