Foto: Reprodução
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A arte é uma fada que transmuta
E transfigura o mau destino.
Prova. Olha. Toca. Cheira. Escuta.
Cada sentido é um dom divino.
(Manuel Bandeira)
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Não temos repostas prontas para tudo.
Se assim fosse não haveria enganos, equívocos, desescolhas…
(Existe a palavra?)
Não era assim antes…
Mais misterioso ainda o é no dito ‘novo normal’ que hoje vivemos.
Recorro sempre que posso à poesia como caminho e inspiração.
Se não resolve, acalma…
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Quintana é o guru:
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são
[as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento…
Ah…
Esses inquietos ventos andarilhos
Passam e dizem: “Vamos caminhar,
Nós conhecemos misteriosos trilhos,
Bosques antigos onde é bom sonhar…”
Motivos, os há!
As civilizações desabam
por implosão…
Depois,
como um filme passando às avessas
elas se erguem em câmera lenta do chão.
Não há de ser nada…
Os arqueólogos esperam, pacientemente,
a sua ocasião!
Atente, amável leitor, amada leitora:
No movimento
lento
das barcaças
amarradas
o dia
sonolento
vai inventando
as variações das nuvens
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* Alinhavos esparsos a partir de um verso do poema À Sombra das Araucárias, de Manuel Bandeira, publicado no livro Estrela da vida inteira (Nova Fronteira) para a genialidade esclarecedora do poeta Mario Quintana, inclusos no livro A Cor do Invisível (Editora Globo/1994): O que o Vento não levou… * Esses inquietos ventos * As civilizações * Porto parado.
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O que você acha?