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Aos jornalões, adeus

É um pouco da minha própria história que deixo para trás.

Cheguei a esta triste conclusão ao desligar o telefone ontem após cancelar, uma depois da outra, as assinaturas que ainda teimosamente mantinha dos jornais Folha e Estadão.

A partir do próximo dia 1º de março, estarei por conta do propalado jornalismo digital.

Jornalismo é jornalismo – e ponto, e basta; como diria o grande Tonico Marques, o primeiro editor com quem trabalhei. O primeiro a “canetar” minhas reportagens e a recomendar: “adjetive menos, substantive mais”.

– O leitor precisa de informação. Opinião é como ‘trazeiro’, cada um tem o seu. E vida que segue.

Marcão, como o chamávamos, gostava de usar essa expressão: “vida que segue”. Não só ele, os velhos jornalistas gostavam desse chargão e que se popularizou, creio, como um arremate das colunas do grande João Saldanha, jornalista esportivo, comunista e técnico da seleção brasileiras nas eliminatórias da Copa de 70.

E a vida seguiu…

E eu, que sempre trabalhei em veículos impressos (salvo alguns meses nas Gazeta FM, como produtor do programa “MPB em Destaque”) me vi obrigado a tomar a iniciativa de cortar gastos – e os jornalões logo puxaram a fila.

Até que os atendentes tentaram me demover da ideia – baixaram o custo e coisa e tal.

Não conseguiram.

Não se trata unicamente de uma questão de grana. É que os jornalões não estão lá num grande momento. Perdem em atualidade para outras plataformas – como o rádio, a TV e, sobretudo, o digital. Estão ideologicamente confusos, mais conspirando do que propriamente esclarecendo a opinião pública.

Ademais, trocaram a reportagem e os grandes repórteres pelo colunismo e as celebridades momentâneas. Todas (as celebridades) com firulas importantíssimas a nos dizer.

Enfim…

Quem sou eu para preconizar o fim deste ou daquele título! Mas, estou parando com eles por aqui.

O velho Marques tinha mesmo razão: o leitor precisa de informação etc etc. E vida que segue…

(Nota: já desisti das semanais faz algum tempo.)