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Bombas e rojões

01. Cinco anos depois da fulminante ação norte-americana no Golfo Pérsico, aviões-caças dos Estados Unidos voltaram a bombardear alvos militares iraquianos. As operações foram uma contundente resposta à ofensiva das tropas de Saddam Hussein que, no sábado, avançaram contra posições curdas na zona de exclusão aérea imposta por Washington e aliados no norte do Iraque. Na quarta-feira, o presidente Bill Clinton declarou cumprida a missão militar que deixou como saldo seis mortos e 26 feridos.

02. A tensão no Golfo nos remete, de imediato, a uma reflexão: o quanto nós, aqui no Brasil, estamos distante desse tipo de problema. Sequer remotamente passa por nossas cabeças a possibilidade de ver nosso País envolvido em rusgas bélicas seja por qual motivo for. Temos cá nossos problemas, graves, de amplo espectro social e que necessitam de urgentíssimas soluções. No entanto, conforta-nos a certeza de que estão, todos eles, em nossas mãos, sob nosso controle e, melhor, não há obstáculos que essa brava gente brasileira não supere, com sua firme determinação.

03. Não me tome, pois, caro leitor, por um desses otimistas de plantão. Acompanhe o meu raciocínio. Para um País que sobreviveu ao absurdo confisco de todo erário público na inolvidável era Collor, debelou uma monstruosa inflação que beirou os quatro dígitos anuais, convive quase que diariamente com pequenas tragédias (violência urbana, os mortos de Caruaru, da Clínica Santa Genoveva, do trânsito nas grandes cidades) e, mesmo assim, consegue fazer o maior espetáculo popular do Planeta (o Carnaval) sob a égide da alegria, apesar dos seus milhões de miseráveis, convenhamos, não há desafio que possa conter nossa esperança em dias melhores. E acrescente-se: para todos os brasileiros.

04. O que nos falta, então? É justamente, aqui, que entra a tal vontade política tão cantada e decantada na atual era FHC. Importante dizer, neste ponto, que nossas projeções e anseios não encontram representatividade à altura seja no Legislativo (sempre voltado para os próprios interesses), seja no Executivo invariavelmente hesitante entre teoria e prática. Nossa participação, então, se faz fundamental até porque vivemos em plena democracia — e temos o voto como nossa implacável arma para virar esse jogo, fazer valer nossos direitos e reivindicações.

05. Todas esse temário nos remete inefavelmente ao 3 de outubro. Estamos a menos de 30 dias do pleito municipal que vai eleger prefeito e vereadores. Mais uma vez, teremos a chance de exercer nossa cidadania. Por isso, ao escolher seus candidatos, pense grande. Pense por você e pela sua cidade. Queremos um País melhor e nossa chance de impor nossa vontade se faz realidade através de uma escolha adequada aos nossos ideais.

06. É certo que os meios de comunicação, em especial o horário eleitoral da TV, protagonizam um fogo-cruzado de informações e contra-informações, propostas e marketing explícito de todos os candidatos. Tamanho é o
bombardeio que pode nos confundir, mas certamente não vai adiar nosso propósito de lutar por um futuro melhor a todos os brasileiros, a partir dessa indefectível metrópole chamada São Paulo.

NR:. Nas linhas finais dessa nossa conversa, aqui da Redação de GI, escuto o espoucar de rojões. Imagino que seja a chegada do prefeito Paulo Maluf para a inauguração do Complexo Viário Escola de Engenharia Mackenzie que, apesar da estranheza que o nome causa, é uma velha aspiração ipiranguista. Tomara mesmo que essa aspiração se transforme, a partir desta sexta, numa grata realidade e livre a área central do bairro dos caminhões e congestionamentos e racionalize nosso caótico trânsito.