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Chicos e franciscos…

Seria um bom dia para reverenciar o gesto transformador do presidente Barak Obama que ontem visitou Havana (ainda que apenas emblematicamente pôs fim ao embargo) e a reinseriu no mundo…

Seria um bom dia para falar daquele povo batalhador e injustiçado, falar de sua alegria de viver, de sua música, dos cadilaques pelas ruas da capital, do amor de Hemingway por aquele lugar, das praias estonteantemente belas e emolduradas por sol e mar…

Seria um bom dia para mais uma vez clamar que a democracia ali se faça, pois é condição mais do que necessária, essencial, para um futuro digno para nossos irmãos cubanos…

Seria… Não fosse o atropelo dos dias insanos que hoje vivemos em nosso próprio país, cada vez mais próximo do retrocesso e da discórdia generalizada.

Dizem que, após a queda da presidente Dilma e da prisão do ex-presidente Lula, um enorme ‘acordão’ se fará entre os atuais atores políticos, tanto no Legislativo como no Judiciário, para garantir a posse do peemedebista Temer e por fim a todo os alaridos que as investigações da Lava Jato vem provocando em “chicos e franciscos”.

Dizem tantas coisas. Que sinceramente está difícil acreditar em dias minimamente mais serenos (para não dizer promissores).

A “Grande Mídia” não informa, não esclarece, não contextualiza. Conspira e insufla – está deslumbrada com este papel. Imagina-se senhora dos fatos.

As redes sociais são incontroláveis.

Todos por aqui se dizem – e se sentem – donos da verdade absoluta.

Em meio à tamanha balburdia, sou cético, penso o pior.

Cenas como a que se viu em um teatro em Belo Horizonte mostram o quanto estamos por um fio*.

Mostram o desvario de alguém que se diz artista, mas desconhece até a mensagem que está levando para o público.

Mostram, por outro lado, que os que hoje estão em silêncio também sabem fazer barulho e, de alguma forma, vão reagir.

Enfim, um dia de sol pode vir a ser um belo dia de luta.

“Não há nada de nobre em ser superior ao seu semelhante. A nobreza se faz quando você é superior ao seu antigo eu”. (Hemingway)

NOTA:

*Semana passada, o ator Claudio Botelho começou a chamar a presidente de ladra e Lula de bandido em meio ao espetáculo musical com base nas canções de Chico Buarque de Holanda. A plateia percebeu os improvisos e se rebelou. Aos gritos de “Não Vai Ter Golpe” começou a discutir com o artista que, ainda em cena, reagiu e começou a xingar os espectadores. Que abandonaram o teatro.

É um breve resumo. Na internet há uma série de vídeos que documentam o que lá ocorreu…