A leitora diz que não está satisfeita com os rumos que o Blog tomou nos últimos meses.
(Eu também)
Ela gostava mais dos tempos em que, por aqui, havia estórias (assim mesmo que ela grafou no email) diversas a cada dia. Gostava mais ainda quando os textos falavam de amor (e desamor), de relações afetivas, de sentimentos.
Citou como exemplo a crônica “Um Quase Beijo” (que escrevi em 27 de julho de 2012) como a sua preferida.
“Mas, há outras e outras”, diz ela.
Pois então, afável leitora, lhe dou toda a razão.
Desconfio até que, neste mesmo espaço, reclamei sobre a dificuldade que encontro nos dias de hoje de escrever sobre algo que não tenha como alvo o grave momento político e social que vivemos.
É mesmo um torniquete criativo, minha cara.
Por mais que tente fugir desse triste temário, os fatos se sobrepõem uns aos outros, os outros aos uns e meu naco jornalista se faz presente no Blog.
Que tal a fala de ontem do Impostor que ocupa a presidência? E a declaração do ministro Gilmar Mendes sobre a inocência das palavras de Romero Jucá? E o vazamento do áudio de Renan Calheiros na manhã de hoje?
Dá um desalento com o futuro do País, da nossa gente.
Enfim, paremos por aqui para não mudar o foco da conversa.
Minha cara, o cronista que trago em mim, ainda que malajambrado e tosco, é uma abstração. Só um certo jeito de olhar o cotidiano e o inevitável que a vida nos traz.
Não me abandone, não. Meus seguidores no Blog são poucos, cinco ou seis (há quem diga que sejam sete ou oito), mas muito especiais, como o sol esquivo das manhãs outonais. Que aquece, mas não queima.
Além do que, minha cara, “Um Quase Beijo” e outras crônicas do gênero estão reunidos em um livro “Amores Vãos” que pretendo lançar em breve. 2017, quem sabe?
Por enquanto, os dias não estão para romance e amenidades.
Mas, reitero, fique por aqui. Mesmo em meio a tanto desencanto, pode acontecer que eu tropece numa boa história de amor para lhe contar.
Afinal, a vida é a arte do encontro. Concorda?
* (Volto segunda!)