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O mito e a lenda

Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar

Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou…

Raulzito completaria hoje 71 anos.

Talvez você não entenda, mas hoje eu vou lhe mostrar.

Tentarei, pelo menos.

Não falarei da Sociedade Alternativa, a utopia existencial e política que ele o parceiro Paulo Coelho engendraram loucamente em um dos momentos mais violentos da ditadura militar, o início dos anos 70.

Quero lhes falar de minha admiração.

Permitam-me.

Ao longo de anos e anos, como jornalista que cobria a área de música popular brasileira, entrevistei zilhões de cantores, compositores, músicos e afins.

Lembro esses dias, meus caros cinco ou seis leitores devem perceber nos textos que escrevo, com muita saudade e uma ponta de doce nostalgia.

Desses tantos e tamanhos com quem falei, destaco sempre as viagens reflexivas de Gil e a autenticidade de Raulzito, um artista que foi coerente com a obra que criou e o personagem que encarnou; o roqueiro, filósofo e malucobeleza que ocupa, ainda hoje (e desconfio que sempre) um lugar único, personalíssimo no panteão dos grandes nomes da nossa cultura.

Ele morreu em 1989.

Sei que em algum canto de várias cidades do País os milhares de fãs se reúnem para reverenciar a memória de Raulzito.

Uma homenagem justa, e merecida.

Me junto a eles nesse dia – e humildemente lembro o mito e a lenda. Que sobreviverá em mim, em você, sempre que alguém na calada da noite, algo embriagado e sensível, pedirá em tom dolente ao músico desconhecido que no
palco se apresenta:

“Toca Raul, toca Raul…”