Feito o aviso e lamentando deixar de lado o palpitante noticiário de hoje – com a midiática prisão do presidente Ilegítimo e seus asseclas mais próximos – sigamos com a crônica de hoje…
O combinado não é caro.
Conforme a promessa que ontem lhes fiz, preciso prestar conta das averiguações a respeito do misterioso autor que deixou um caderno de poesias – inéditas, creio – na portaria do prédio onde moro.
Mais informações no POST de ontem. AQUI.
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A primeira das minhas descobertas não é conclusiva – mas, tem lá alguma implicação com o tal enigma.
Ontem, quinta-feira, 21 de março – e assim é todos os anos – comemora-se o Dia Mundial da Poesia.
O que isto quer dizer?
Nada. Mas, intuo que, em função da efeméride, o caderno de poesias não chegou por acaso às minhas mãos precisamente neste 21 de março – data em que, por sinal, nasceram os ídolos tupiniquins, Ayrton Sena (em 1960) e Ronaldinho Gaúcho (em 1980). Que, de resto, nada a têm a ver com o nosso suspense.
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Além desses importantes achados, cumpre-me informá-los que li e reli o livreto entre uma espiadela e outra nas notícias do dia que, confesso, me embaralharam bastante as ideias.
Enfim…
Voltarei à prisão de Temer num post futuro. Prometo. Pois essa ação cinematográfica da Polícia Federal ainda vai dar muito pano pra mangas.
Hoje, a missão é esclarecer o dilema que me chegou num envelope azul índigo.
“Chama o síndico!”
Quem será o autor desconhecido?
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Um dos meus cinco ou seis leitores – como ele mesmo se intitulou.
Porém, não é mais só o nome que me desafia.
Neste exato momento, tento entender o que leva alguém a ser poeta em um tempo tão avesso às abstrações e ao lirismo? Tempo áridos de bons sentimentos em que pessoas vivem, quase que unicamente, a mecanização dos atos e fatos que lhe são palpáveis como se não houvesse o ontem, nem o amanhã.
Não têm a percepção do que está nas entrelinhas.
Não acreditam na linguagem do invisível
Vale o sim e o não do que hoje todos vivenciamos.
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Mesmo assim, e talvez até por isso, é auspicioso ver que as emoções e a poesia resistem.
Arte, amigos, é resistência.
Viver é resistir no melhor dos sentidos.
Ainda nesta semana, o notável Jô Soares, ao participar da cerimônia da 31ª edição do Prêmio São Paulo de Teatro, fez um pronunciamento tocante sobre o momento cultural e político e social.
Pediu à plateia e aos artistas que fiquem atentos.
A hora é esta, de resistir.
“A maré da ignorância vai passar, mas é preciso remar forte contra essa corrente.”
Alerta mais do que oportuno.
Talvez o nosso preclaro e anônimo autor estivesse por lá.
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Creio que hoje podemos parar por aqui.
Deixar que os mistérios permaneçam misteriosos por mais um ou dois dias é uma boa estratégia.
Preciso ganhar tempo nas investigações.
Quem sabe não me chega alguma delação não-premiada, algum indício de estilo, alguma lembrança ou mesmo um fato novo, quem sabe?
Tenho até segunda, não?
Até amanhã.
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Um adendo:
Em São Paulo, a manifestação será no vão livre do Masp, na avenida Paulista, no fim da tarde.
Compareça!
O que você acha?