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Umberto Eco

Há quem diga que a idade nos traz sabedoria.

(Cabem aqui interrogações, exclamações e reticências.)

Outros têm a percepção, por vezes dorida, que, com o passar dos anos, nada sabem e está tudo aí a nos assombrar.

Talvez por isso – e para preencher os buracos negros da alma – estes – entre os quais humildemente me incluo – voltem a se interessar por velhos títulos que, no passado, leram com a voracidade dos que imaginam ter algo mais importante a fazer.

Observo que é inalienável o direito do jovem se considerar um ponto fora da curva.

Com o tempo e o rolar da vida, essa sensação se perde entre muros e pontes que se constrói e destrói.

É da vida e dos amores

II.

Minhas reflexões, nesta manhã de sábado, partem da notícia da morte do ensaísta e escritor Umberto Eco que, desde ontem,m ocupa a manchete dos principais meios de comunicação.

Eco foi uma referência para a minha geração, especialmente para quem optou pela área de Comunicação Social; no meu caso, em particular, puxado pelo jornalismo.

Era desses raros – e iluminados – acadêmicos que conseguem, com sua obra, ir além dos muros da universidade. Haja vista o sucesso (não sei se é a palavra mais adequada) de público de livros como “Em Nome da Rosa”, “O Pêndulo de Foucaut” e outros.

Ano passado, Eco recebeu o premio de doutor honores causa da Universidade de Milão. Pincei algumas frases de seu pronunciamento e as transcrevi no Blog.

Talvez a mais emblemática seja:

“Eis o drama da internet: promove o idiota da aldeia a dono da verdade”.

III.

Seu último livro, “Número Zero”, lançado em 2015, me fez redescobri-lo como um dos grandes pensadores contemporâneos – especialmente no que tange aos recentes fenômenos comunicacionais provocados pela eclosão das redes sociais.

Busquei, então, na estante alguns livros de Eco que tenho, e separei-os para uma futura releitura [que, por descuido e negligência, ainda não aconteceu]. Imaginei que, talvez hoje, lavado e enxaguado nas águas de uma existência modesta, eu os entenderia melhor.

A bem da verdade, queria me preparar para a leitura de uma obra futura.

Só não pensava que seria uma leitura póstuma…