Foto: Ben Jor/Divulgação
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Então, amigos, 60 anos não são 60 meses ou 60 dias ou…
Diria que sessentinha em termos de música popular equivale a uma eternidade.
Exagero?
Um pouquinho.
Mas, vocês vão entender, pois faz todo o sentido.
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Neste 2023 que entra em seus extertores, atentem para o registro.
Dois “monumentos” da nossa cultura popular completam 60 anos de luminosa existência.
Sem mais delongas, serei direto e reto.
A saber:
01. “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, na voz de Peri Ribeiro.
02. “Mas Que Nada”, a faixa título do álbum “Samba Esquema Novo”, estreia em disco do cantor/compositor Jorge Ben, atual Ben Jor.
Ambas foram lançadas em disco 1963 – e, ao lado de “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso, 1939), são as músicas brasileiras mais tocadas mundo afora.
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A canção de Tom e Vinicius é emblemática. Reúne todos os elementos – melódicos, poéticos e, vá lá, ideológicos – que consolidaram a bossa nova como marco histórico e divisor de eras do nosso cancioneiro popular.
Considera-se “Chega de Saudade”, também de Tom e Vinicius, como o primeiro registro sonoro do novo gênero. Mais do que justo celebrar o feito da interpretação da soberana Elizeth Cardoso, com João Gilberto ao violão, em elepê de 1958. Também justo reverenciar a canção inspirada na musa Helô Pinheiro (a eterna garota de Ipanema) como a música brasileira mais gravada e mais tocada no Exterior em todos os tempos.
O amigo Nestor que mora, na Bélgica, desde garoto me disse certa vez:
-“Garota de Ipanema” é sinônimo do melhor do Brasil em qualquer canto que eu vá.
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“Mas Que Nada” abre com pampas e circunstâncias o histórico álbum “Samba Esquema Novo”, surpreendeu a todos pela uma explosão de criatividade e inovações, naquele artisticamente fértil início dos anos 60.
Fez-se desde então o cartão de de Ben Jor ainda em todos os shows que faz aqui e no Exterior.
Ganhou, segundo contas do próprio autor, “mais de 100 registros, em diversos idiomas”.
Ben Jor, com seu jeito de garotão, mesmo ao 80 e tantos anos, a define como:
“Minha música encantada.”
Ele a considera pedra filosofal da longeva e vitoriosa carreira.
Traz como novidade, à época, a delirante mistura da bossa nova ao samba, com ampla – e orgulhosamente assumida – influência da cultura africana.
O inusitado samba_maracatu benjorniano transformou-se em matriz a alicerçar o subgênero musical samba-rock.
Também escancara a todos a negritude como elemento determinante da nossa formação musical.
O disco de estreia de Jorge Lima de Menezes reuniu outros dois hits instantâneos – e definitivos, além do clássico “Mas Que Nada”: “Chove Chuva” e “Por Causa de Você, Menina”.
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Ainda nos anos 60, o maestro e tecladista brasileiro Sérgio Mendes foi o primeiro a gravar “Mas Que Nada” nos Estados Unidos, com enorme sucesso. Desde então fez diversos registros da música, digamos que em atualizações permanentes.
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O que você acha?