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A decisão

Este é um sábado histórico.

Precisei tomar uma decisão áspera, difícil.

Que, espero, não seja definitiva. Mas, permaneça sólida e eficaz no tempo que se fizer necessária.

Precisei de dose de coragem, reconheço.

Vocês, afáveis e fiéis cinco ou seis leitores, sabem. Não tenho do que me gabar ou botar banca. Nem gosto disso.

Mas, vou lhes dizer: precisei raspar o tacho da humildade para enfrentar a situação. Que, sinceramente, não fui eu que criei e me enredou.

Aliás, aproveito a oportunidade para agradecer ao apoio dos amigos e dos familiares que endossaram minha decisão – corajosa, repito – neste momento que recomendo sequer aos inimigos.

Foi um perrengue.

Mas, era isso ou…

Ou deixaria passar o bonde da história.

Pois então…
[
Vou lhes dizer o que fiz e o que se deu.

Acordei cedo. Depois do ritual de praxe de todas as manhãs, atentei que o dia havia chegado.

Súbito, deu-se o estalo que se ampliou com lembranças – recentes até – de episódios tristes e aflições.

Mas, o que fazer?

Era sábado. Não um sábado qualquer, mas aquele sábado.

Corri ao telefone, disquei o número (por um breve instante, pensei em desistir e deixar tudo como está – vida que segue…) e, com a voz embargada, pedi o ramal desejado…

Não identifiquei a voz do outro lado da linha. Talvez por estar confuso e triste, talvez por não conhecê-la mesmo. Nesse estranho mundo das plataformas multimídias e das redes sociais, todo mundo pode tudo e nunca se sabe ao certo se falamos com alguém ou quem nos atende é uma máquina.

Enfim…

Jurei não perder a dignidade, acontecesse o que acontecesse.

Assim que ouvi a esperada pergunta da minha interlocutora:

— Pois não, senhor? Com quem falo? Em que posso ajuda-lo?

Dei a resposta objetiva, e conclusiva. Que não permitiu qualquer outra interpretação.

— Quero cancelar meu ‘pacote’ de TV por assinatura que contempla a Série A do Brasileirão.

— Estarei providenciando, senhor…

Antes que a moça terminasse a frase, tomei fôlego e fiz o que precisou ser feito:
] — Por favor, quero contratar o da Série B. Sou palmeirense, é o que me resta.