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A voz do dono…

A chamada Grande Imprensa não deixou por menos.

Tirou o domingo para responder ao presidente Lula que acusou como tendenciosa a cobertura das eleições presidenciais deste ano.

Nas palavras de Lula, os veículos de Imprensa comportam-se como partidos políticos – o que, diga-se, não é exatamente o que determina os manuais do bom jornalismo.

O jornal O Estado de S.Paulo publica hoje em editorial, com chamada na primeira página, o apoio a José Serra à Presidência, “e não só por seus méritos, mas também para evitar grande mal para o País”.

E justifica:

“Há enorme diferença entre agir “como partido” e tomar partido quando estão em jogo valores essenciais à democracia.”

A Folha de S. Paulo, como faz em datas que entende históricas, traz o editorial para a primeira página e adverte já no título:

“Todo o poder tem limite.”

Em certo trecho, alerta a Lula e à candidata oficial:

“Fiquem advertidos de que tentativas de controle da Imprensa serão repudiadas – e qualquer governo terá de violar cláusulas pétreas da Constituição na aventura temerária de implantá-lo.”

A revista Veja vai além das lides jornalísticas na edição deste fim de semana. Em reportagem especial de capa, anuncia estripitosamente que a liberdade está em perigo.

Como leitor e cidadão, espero uma postura de equilíbrio por parte de jornais e jornalistas. Que trabalhem a informação de maneira isenta e sem tomar partido deste ou daquele candidato, pois, se assim acontecer, é fácil deduzir, a cobertura se mostrará tendenciosa em prol do escolhido pela empresa jornalística que lhe dá apoio.

Particularmente, não gosto de ‘coronéis’ (sejam quais forem – inclusive os dos conglomerados de comunicação) que digam em quem devemos votar.

Como jornalista, sei que a imparcialidade é um conceito tênue, em desuso, difícil de ser alcançado. Até porque, de algum tempo, nas Redações, vale mais a voz do dono do que a opinião do dono da voz…