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Cafundós do Judas

Vou para lugar incerto e não sabido. Os antigos chamavam de Cafundós do Judas. Espero que, lá, a rede de energia elétrica e o sinal do celular ainda não tenham chegado por lá. Quero distância da TV do rádio, de notícias da civilização e dos amigos tricolores – e eu os tenho em bom número – que nessa hora, prestes a conquistar o hexa brasileiro e o tri inédito, ficam insuportáveis.

Ouso dizer que, para mim, a rivalidade esportiva entre palmeirenses e são-paulinos é maior do que a que temos com os manos do Corinthians. Desconfio que é porque sejamos farinha do mesmo saco. Lá, nos antigamente, o Palmeiras surge de uma dissidência do Corinthians e, desde então, as diferenças entre nós ficam naquela linha da briga de irmãos. Ao menos entre os meus considerados, não vão além do bate-boca de botequim e, via de regra, terminam com os indefectíveis timão-e-ô-timão-e-ô ou porcoporco…porcoporco.

Com os atuais e futuros campeões brasileiros – que triste ter de escrever constatar essa dura realidade –, a rusga é maior. Diria que é atávica. Meu velho e saudoso pai não os perdoava por tentarem “tomar” o Parque Antártica à época da Segunda Grande Guerra.

Bem, vou deixar essa história de lado para não me acusarem de mau perdedor – que sou e serei. Reconheço que a conquista é merecida e, especialmente depois daquele segundo gol do Botafogo que o juiz invalidou no jogo do Rio, foi justa e, repito, merecida.

Hoje, portanto, é dia de festa para a torcida tricolor e para as editorias de Esportes das redações paulistanas, repletas de mauricinhos-sãopaulinos disfarçados de cronistas.

Não falei do Palmeiras porque não acredito que passe pelo Vitória e chegue à Libertadores.

Já não se vive de ilusões.

Só lamento não voltar a tempo para assistir ao programa Mosaicos, hoje, às 20h30, na TV Cultura. Vai focalizar a carreira de Benjor, com imagens recuperadas de toda sua vasta e belíssima trajetória como compositor, músico e intérprete. Destaque para a exibição de Que Maravilha, ao lado do amigo e parceiro Toquinho, nos idos dos anos 70.

Para os cabeças-inchadas como eu, um bom antídoto para escapar das mesas-redondas – onde o São Paulo será sagrado o Rei dos Reis — e das lamúrias do Fantástico.