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Exagerei…

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Foto: Arquivo Pessoal

Cometi a ousadia de, na primeira crônica do ano (Viva o Povo Brasileiro), comparar meus dias de alheamento na pequena São José do Barreiro  à sensação de se viver uma grande paixão.

Assim escrevi tolamente:

Diria que a sensação é muito parecida com aquela que se vive (e sobrevive) quando está apaixonado.

Explico.

Não existe o mundo real para quem está no auge da paixão. Emprego, amigos, ideologia, time de futebol, noticiário… Nada conta. O que há é o ser amado e tudo o que o rodeia e preza.

É muito próximo a isso minha estadia por lá. Nada me anima se não o pacato dia a dia do lugar em sua mais harmoniosa existência.

Hum, meus caros!

Sem saber, mexi num vespeiro.

Alguns leitores, – queria me isentar de comentários, mas não resisto – talvez recém saídos de uma dessas incandescentes (e gloriosas) encrencas amorosas, fizeram questão de por em xeque a placidez das minhas palavras: nada se compara à sensação de céu/inferno quando se vive uma paixão.

“A paixão é devastadora.” – me zapeou um deles. Uma moça que prefere que eu não lhe decline o nome.

Fez mais – e melhor.

Transcreveu um trecho da crônica “A Paíxão”, de Danuza Leão, uma expert nos dois gêneros (a crônica e as paixões) e acabou com toda sorte de argumentação da minha parte.

Leiam:

A paixão suga, devora, esgota, consome e exaure; ela exclui a amizade, a solidariedade, a bondade, a lealdade, a responsabilidade. Ela só existe para ela mesma, e sem meio-termo: a paixão é exclusiva e devastadora.”

Dou plena razão à leitora e à Danuza.

Não vivi nada disso nos meus dias de descanso.

Bem ao contrário.

Exagerei na analogia, mas foi por uma boa causa.

Espero que me entendam – e perdoem.

De qualquer forma, para os que gostam do tema e de Danuza recomendo o livro Sem Juízo (Agir/2012) onde se insere a crônica de Danuza que, diga-se, é sensacional.

(A íntegra da crônica. AQUI)

 

 

 

 

 

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